Publicado: Quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Dia da Imprensa também é comemorado em setembro
Após 200 anos de história, como ficam os próximos 200 anos?
Camila Bertolazzi
Por Camila Bertolazzi e Deborah Dubner
01 de junho de 1808 marca o início da imprensa brasileira. Duzentos anos depois, o que temos para festejar: evolução ou estagnação? Tudo o que não aconteceu, ou tudo o que ainda está por vir?
Não é por acaso que o Dia do Jornalista seja tão controverso. Em uma reportagem especial feita pela equipe do itu.com.br, você pode entender melhor o que representa cada data (24 e 29 de janeiro, 16 de fevereiro, 07 de abril, 03 de maio, 01 de junho e 8 de novembro).
Não é por acaso que o Dia do Jornalista seja tão controverso. Em uma reportagem especial feita pela equipe do itu.com.br, você pode entender melhor o que representa cada data (24 e 29 de janeiro, 16 de fevereiro, 07 de abril, 03 de maio, 01 de junho e 8 de novembro).
Mas uma coisa é certa: há exatos 200 anos, a imprensa chegou ao Brasil, enquanto outros países da América Latina como o México e o Peru tiveram tipografias quase trezentos anos antes de nós. Nossa imprensa chegou tardiamente, quando a família real portuguesa se deslocou para cá e procurou transplantar a dinâmica da corte, inclusive a censura.
Comemorando os 200 anos de imprensa brasileira, a equipe do itu.com.br traz uma reportagem especial sobre esse passado, mas principalmente olhando o futuro. O que será da imprensa nos próximos 200 anos? Entenda o Jornalismo 2.0, que vem sem manual, mas com muitas novidades a serem desvendadas no dia-a-dia.
200 anos da imprensa no Brasil
No Brasil, a Imprensa surge no dia 1º de junho de 1808, quando começou a circular o Correio Braziliense, editado em Londres por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça. Na época eram proibidas a impressão e a circulação de qualquer tipo de jornal ou livro no país. Toda a Coroa Portuguesa temia a propagação de ideais de liberdade, igualdade e fraternidade que fervilhavam na Europa. O Correio Braziliense entrava clandestinamente pelos porões dos navios que transportavam mercadorias e escravos. Conheça a primeira edição do Correio!
Hipólito da Costa fundou, dirigiu e redigiu o Correio em Londres, durante todo o tempo de vida do jornal. No livro “História da Imprensa no Brasil”, o autor Nelson Werneck Sodré explica que, apesar de não ser produzido no Brasil, ele foi o primeiro jornal do país. “O que lhes dava o caráter nacional era a estreita ligação com as condições internas em que procuravam também influir; a impressão no exterior era circunstância”, argumenta.
Aos que defendem a idéia de que o Correio Brasiliense não foi um jornal brasileiro por ter sido impresso na Inglaterra, basta fazer um paralelo com a revista Veja. Será que ela não era brasileira enquanto foi impressa no Chile?
Aos que defendem a idéia de que o Correio Brasiliense não foi um jornal brasileiro por ter sido impresso na Inglaterra, basta fazer um paralelo com a revista Veja. Será que ela não era brasileira enquanto foi impressa no Chile?
O Correio, também chamado de Armazém Literário, era uma mistura de jornal, revista e livro. Suas 140 páginas mensais sempre chegavam com atraso no Brasil. O jornal defendia a abolição da escravatura, a criação da universidade e a independência do Brasil, e criticava os defeitos da administração no Brasil, a corrupção, a imoralidade e os monopólios portugueses e ingleses. Foi editado até 1822, num total de 175 números.
Três meses depois – 10 de setembro - surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro, que passou a circular com a chegada da Família Real ao Brasil.“Por meio dela só se informava ao público, com toda a fidelidade, do estado de saúde de todos os príncipes da Europa. Não se manchavam essas páginas com as efervescências da democracia, nem com a exposição de agravos”, cita Werneck em seu livro. Dirigida por Frei Tibúrcio José da Costa, a Gazeta funcionava como um diário oficial da Corte, que publicava notícias revelando um Brasil onde não havia reclamações ou queixas.
Será que, passados 200 anos, estamos tão distantes da filosofia que regia o Gazeta do Rio de Janeiro? Com tanta tecnologia e informações disponíveis no mundo, o que a mídia tem escolhido publicar? É curioso o fato de que os 200 anos de imprensa no Brasil não sejam comemorados pela própria imprensa... A notícia mal saiu nas principais mídias brasileiras. Por que será? Porque a imprensa não é notícia? Deixamos aqui essas indagações. Deixe sua opinião!
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