Animais

Publicado: Quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lucieny e Luna: uma história de amor!

Leia uma história de esperança e coragem!

Crédito: Arquivo Pessoal Lucieny e Luna: uma história de amor!
Luna aprendeu a andar sozinha com a cadeira
Tenho uma Schnauzer que sobreviveu à Cinomose. Hoje anda de cadeira de rodas e tem tidos progressos significantes. Gostaria de dar o meu depoimento, para que as pessoas não sacrificassem os seus animais quando são acometidos por essa doença tão dramática.
 
Um dia, percebi que a Luna estava amuada, não queria brincar e estava muito quente. Logo percebi que ela estava com febre e levei-a ao veterinário. O diagnóstico foi de intoxicação alimentar, e foi receitado um remédio. A febre passou e a Luna voltou a brincar.
 
Algum tempo depois, com um ano completo, a Luna começou a apresentar sintomas da Cinomose. Ela estava brincando no sofá quando de repente sua boca começou a espumar e eu a levei no quintal correndo, pensando que ela tinha sido envenenada. Mas era uma convulsão. Depois que passou, ela não reconhecia ninguém e chegou até a me morder!
 
No dia seguinte, na sexta-feira, minha mãe chamou um veterinário e ele disse que era Cinomose, aplicou algumas injeções, uma de Gardenal e outra de Cinoglobolin, e disse que ela tinha muito pouca chance de sobreviver. Mesmo com os remédios, ela chegou a ter 10 convulsões.
 
O veterinário que nos atendeu não me deu muita atenção, então busquei uma outra opinião. A nova veterinária aumentou a dose de Gardenal e fez um exame de sangue para ter certeza do diagnóstico. E realmente, não era Cinomose.
 
Aprendi que alguns animais desenvolviam a epilepsia e que a Luna teria que tomar Gardenal para o resto da vida. Mas, após 3 dias, a Luna começou a descadeirar. Levei-a novamente na veterinária e então ela diagnosticou que era Cinomose. Porém, já havia se passado 3 dias e ela não estava tratando dessa doença!
 
Então começamos com uma bateria de remédios: corticóide, vitamina C, gardenal, antibióticos, e outros que chegavam a completar 8 tipos. Todos tinham que ser dados religiosamente no mesmo horário.
 
A Luna ficou inchada, só chorava, e não conseguia andar mais. Suas patas traseiras ficaram mortas, viradas para trás e ela não tinha mais controle de fazer xixi e cocô. Começou a usar fraldas. Isso durou 3 meses, pois tínhamos que combater os sintomas que apareciam e, enquanto ela estava com o vírus no corpo, eu não podia fazer nenhum tratamento diferente.
 
Levei-a num quarto veterinário, pois queria ver se estávamos agindo certo e, mais uma vez, ele disse que teria que sacrificá-la, pois a doença afetou o seu sistema nervoso e me explicou que o vírus havia acabado com a “bainha de mielina” e isso era irreversível.
 
Mas não desisti. Comecei o tratamento com acupuntura veterinária e a Luna começou a apresentar melhoras, lentas, mas significativas. Também acrescentei um remédio humano para recuperar a tal “bainha de mielina” por conta própria, pois nenhum veterinário em Itu conhecia, mas como eu lia muito na Internet, resolvi dar para ela também.
 
Primeiro ela começou a ter controle de fazer xixi e cocô, depois começou a ter reflexos na pata esquerda e, por último na pata direita.
 
O tempo foi passando, fui retirando os remédios aos poucos e a Luna começou a voltar a ser o que era. Mas então ela teve uma infecção de urina, estava com pedras nos rins em virtude de não andar. Mais um sintoma novo e eu já não agüentava mais.
 
Após 3 meses de acupuntura, resolvi parar com o tratamento. Minha dívida com a veterinária estava muito alta e depois não iria conseguir quitar minha dívida. Tentei a sorte.
 
Foi aí que comecei a buscar outra solução: a cadeira de rodas. Mas outro problema se apresentava, o valor era muito alto e eu não tinha condições financeiras para isso. Mas, para minha sorte, encontrei um rapaz, de ótimo coração, que fazia cadeiras de rodas um pouco inferior, com valor bem menor, que ajudava muito.

Fiz a cadeira e hoje, após 3 meses de uso a Luna está ótima! Ela aprendeu a andar sozinha com a cadeira e agora, estamos conseguindo fazê-la andar sem a cadeira... Pasmem! Ela está conseguindo dar alguns passinhos na rua. Ela está descoordenada, mas está como uma criança que aprende a andar, tem alguns tombos, anda meio torta, mas se levanta e segue em frente.
 
A Luna já ficou famosa no meu bairro e por onde ela passa, todos ficam felizes com a sua vontade de viver. Eu me emociono a cada progresso e hoje vejo que valeu a pena lutar.
 
Já faz 1 ano que ela teve a doença e, por isso, gostaria de mostrar a todos que não precisam sacrificar seu animal. Basta ter paciência e muito amor, pois é somente disso que eles precisam. Eu não conheci nenhum outro animal aqui em Itu que tenha sobrevivido. Todos que falavam comigo diziam que tiveram que sacrificar.
 
Hoje, a Luna está andando sem a cadeirinha. Está toda tortinha, mas já consegue dar os seus passinhos! A recuperação dependerá do tempo deles, mas que ela vem, ah, se vem!
 
E a minha luta continua...
 
Lucieny Poliszezuk
Comentários