Cinema

Publicado: Terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Se beber, não case!

Leia a crítica da melhor ressaca de todas!

Se beber, não case!
A atuação do trio de amigos garante as inúmeras gargalhadas do filme
Por Guilherme Martins
 
 
Atendendo a pedidos de leitores, resolvi fazer uma crítica de uma comédia. Vocês realmente estavam certos. Depois de tanto falar de filmes de terror, de suspense, de blockbusters, de filmes com baixo orçamento, filmes policiais, de ação e até mesmo de vampiros afeminados, nunca tinha dado moral para uma comédia, porque pra mim essa era uma área que estava um pouco defasada no cinema.
 
Porém, depois de tanto ouvir falar do filme Se beber, não case!, resolvi assisti-lo. E confesso que também gostei do resultado. Trata-se de um filme despretensioso, com um roteiro inteligente e ótimos atores. Simples assim. Não temos efeitos visuais ou cenas majestosas, apenas três atores jogados em uma situação que poderia acontecer com qualquer um: ou seja, uma tremenda ressaca que faz com que você se esqueça de tudo que aconteceu na noite anterior (daí vem o título original do filme “Hangover” – algo como “ressaca” em inglês).
 
O filme se propõe a dar sentido àquele antigo e justificável ditado que diz: “quando homens se juntam, com certeza só pode dar porcaria”. Na trama, às vésperas do casamento de Doug (Justin Bartha), seus melhores amigos - Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Alan (Zach Galifianakis) - armam uma empolgada despedida de solteiro em Las Vegas. Porém, nada sai como planejado quando, na manhã seguinte a uma mega farra (que o filme inteligentemente não mostra e deixa as explicações para os créditos finais) eles acordam em um luxuoso hotel todo destruído, com uma galinha na sala, um bebê no armário e um tigre de bengala no banheiro, além do simples detalhe de Doug, o noivo, ter sumido.
 
Agora, os três amigos precisam juntar pistas para reconstituir tudo o que aconteceu na noite anterior, encontrar o noivo e levá-lo para o casamento a tempo. Mas o problema é que a medida que eles vão descobrindo pistas, encontram-se ainda mais enrascados.
 
Com essa simples história, o filme prende os espectadores, que também vão descobrindo as pistas junto com os protagonistas e se divertindo a cada situação surreal que eles passam no decorrer da trama. O destaque fica por conta da atuação e improvisação do trio central, que garante uma pitada a mais de humor ao filme. O ator Zach Galifianakis, que interpreta o personagem Alan, tem por si só uma tremenda cara de idiota (uma louvável qualidade em filmes de comédia). Mas o melhor mesmo é quando ele abre a boca pra falar alguma asneira, já que as piadas mais grosseiras (e ingênuas) do filme são as dele, quando o assunto em pauta é o 11 de setembro ou o holocausto.
 
E não podemos também nos esquecer do bebê, que garante cenas hilárias com suas carinhas, e com as situações a que ele é submetido. Ainda mais quando o desajustado e sem o menor senso paternal, Alan, resolve cuidar da criança e toma a liberdade de batizá-lo de “Carlos”.
 
Este filme é recomendado a todos os sexos, mas é justamente a nós homens que ele será visto com mais clareza e intimidade, pois ele revela com propriedade a inconsequente, desajeitada e por vezes até idiota alma masculina e mostra a todo tempo as mulheres como sendo criaturas controladoras, manipuladoras e desagradáveis. Haja vista a exceção a bela e meiga prostituta vivida por Heather Graham.
 

Sem dúvida, esse filme é uma das boas surpresas do ano e merece ser assistido. E o melhor é que, ao contrário de uma ressaca, certamente você terá motivos para relembrar algumas cenas e dar risadas no dia seguinte. Então vá ao cinema, que eu garanto que você vai curtir a ressaca mais louca e divertida da sua vida!

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