Publicado: Terça-feira, 4 de maio de 2010
Avatar
Saiba como o filme reinventou o modo de ver cinema!
Guilherme Martins
Por Guilherme Martins
Muitos foram os comentários em torno deste filme desde que as primeiras notícias foram divulgadas. Alguns especularam, outros disseram que seria um fiasco, mas a verdade é que milhões o estavam aguardando. Até que, depois de 12 anos de boatos, o filme mais esperado dos últimos anos foi lançado. E a espera valeu a pena!
O filme em questão é Avatar, que estreou há algumas semanas no Brasil e continua no posto de mais assistido. E como existe toda uma história por trás da grandiosidade desse filme, não seria suficiente (e nem digno) apenas uma crítica sobre ele, então resolvi fazer uma matéria.
Tudo começou com um sonho...
Há exatamente 12 anos, o diretor James Cameron resolveu se isolar do mundo do cinema para realizar um projeto pessoal: Avatar. Então, logo depois do estrondoso sucesso mundial de Titanic, ninguém mais ouviu falar dele.
Acontece que esse projeto era audacioso demais para a época e o mundo do cinema deveria evoluir muito para que ele pudesse ser concretizado. Então, de lá pra cá, o diretor se empenhou na criação de câmeras altamente tecnológicas que capturam o movimento dos atores em formato digital de alta definição e em 3D estereoscópico. Foram necessários sete anos de trabalho para criar o sistema de câmera estereoscópica mais avançado do mundo.
Detalhe: a empresa que patrocinou e produziu o filme participou de todo o processo criativo e financiou o projeto de evolução das câmeras convencionais.
Logo, o que era apenas um audacioso sonho, virou realidade.
Quebrando recordes
Dessa forma, Avatar tornou-se o primeiro filme a ser rodado inteiramente em 3D. E também é considerado o filme mais caro da história do cinema, já que para usar essa tecnologia de ponta, teve que desembolsar cerca de 500 milhões de dólares (ou meio bilhão, como queira).
Mas todo esse valor está sendo reembolsado para a produtora, já que passam-se semanas e o filme permanece em primeiro lugar nas bilheterias. A superprodução já entrou em quarto lugar na lista das maiores arrecadações mundiais, com incríveis US$ 1,02 bilhão.
Em apenas 17 dias, Avatar já bateu Batman - O Cavaleiro das Trevas (US$ 1,01 bilhão) e deve superar nas próximas semanas Piratas do Caribe: O Baú da Morte (US$ 1,06 bilhão), terceira maior arrecadação da história.
E o filme ainda tem grande chances de ultrapassar O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (US$ 1,11 bilhão), ficando atrás apenas de Titanic, filme do mesmo diretor, que é até agora o líder de arrecadação, com a soma de US$ 1,84 bilhão.
Prova disso é que cheguei ao Shopping com uma hora de antecedência para começar o filme, mas já estavam esgotados os ingressos para a próxima sessão e já havia começado a venda para os da sessão seguinte, que seria exibida só dali a 4 horas e meia. Resultado: comprei meus ingressos e tive que esperar por mais de duas horas sentado na frente do cinema aguardando a próxima sessão enquanto a fila já se formava atrás de mim.
Lembro que pensava: “Meu Deus, espero que esse filme valha todo esse esforço...”
“Eu quero que as pessoas pensem: ‘Eu não assisti a um filme, vivenciei um filme’.”
Essa frase do diretor James Cameron sintetiza perfeitamente a experiência de assistir Avatar. Na sala 3D, quando se colocam os óculos, os efeitos visuais literalmente saltam aos olhos.
O mundo de Pandora (no qual se passa a história) é a coisa mais bonita e inventiva que já vi no cinema: cheio de cores vivas, luzes, contrastes, pequenos detalhes, sutilezas e criaturas únicas. E os efeitos em 3D fazem com que você até estique as mãos em direção a tela para tentar em vão tocar uma planta, uma fagulha de luz ou um inseto que “voa da tela” em sua direção. Tudo é diferente e convidativo no filme.
Com essa obra, percebe-se que o diretor James Cameron é o responsável por reinventar a velha forma de assistir filmes. A sensação de se ver Avatar deve se assemelhar a sensação que as pessoas tiveram diante da novidade das primeiras projeções cinematográficas realizadas no mundo.
Não se trata apenas de um filme, mas de um marco na história do cinema. Um marco que dá início a uma nova era na qual, a partir de agora, as pessoas terão mais razões para ir ao cinema. Elas nunca mais verão um filme. Agora ele será também vivenciado, tocado, sentido, explorado...
Realmente são inúmeras as possibilidades que Avatar abriu para o futuro do cinema e só por isso ele já merece ser assistido.
Mas como nem tudo são rosas...
Embora os efeitos sejam divinos e multissensoriais, a história do filme é bem pouco original e você com certeza poderá listar pelo menos mais outros cinco filmes que tenham a mesma temática do “mocinho que conhece um pouco mais sobre a cultura do povo inimigo e acaba tomando partido deles na guerra”. De antemão temos “O Último Samurai” que apresentou um roteiro parecidíssimo, salvo as exceções interplanetárias.
Mas embora o roteiro seja “manjado”, nota-se pontos de originalidade como o fato de o protagonista ser paralítico ou até o tom político-ambientalista da história, que pode ser considerado uma crítica à invasão das tropas americanas ao Iraque ou a ineficácia dos tratados ambientais no mundo.
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