Ofício de Trevas lotou Igreja da Matriz no último sábado
A Cerimônia Ofício das Trevas, com participação eSpecial do Coral Vozes de Itu, lotou a Igreja da Matriz no último sábado, dia 03 de abril. A cerimônia teve por oficiante D. Gil Antônio Moreira, Bispo Diocesano e os responsórios foram cantados pelo Coral Vozes de Itu, música de Tristão Mariano da Costa, restaurada em 2003 por Vinícius Gavioli e Luí
A Cerimônia Ofício das Trevas, com participação eSpecial do Coral Vozes de Itu, lotou a Igreja da Matriz no último sábado, dia 03 de abril. A cerimônia teve por oficiante D. Gil Antônio Moreira, Bispo Diocesano e os responsórios foram cantados pelo Coral Vozes de Itu, música de Tristão Mariano da Costa, restaurada em 2003 por Vinícius Gavioli e Luís Roberto de Francisco.
ASSOCIAÇÃO CULTURAL VOZES DE ITU
Luz sobre as Trevas
Mergulhar no verdadeiro espírito da Paixão de Cristo — este é o sentimento que nos provoca o Ofício de Trevas.
Cerimônia antiga da liturgia da Semana Santa, o Ofício Divino contém todo peso e toda dor pela morte do Cristo. Em cada antífona, em cada salmo e em cada responsório podemos sentir a força ancestral da fé. Cristo torna-se o herói que transcende sua própria existência para realizar uma missão suprema em prol de seus irmãos. Um Deus que sofre, padece, e, quando parecia derrotado, ressurge vitorioso sobre as vilanias de seus inimigos.
Recolocando questões que há mais de 2000 anos atormentam a humanidade, como a responsabilidade de cada um frente ao sacrifico de Jesus, a busca pelo diálogo e pela convivência harmoniosa, a Semana Santa e seus ritos proporcionam um momento único de aproximação com o divino que habita cada um de nós e que nos faz compreender a grandeza da fé.
A música, cantada em latim, tem o poder de nos conduzir ao âmago de nossos sentimentos. Às vezes muito triste, outras vezes quase como uma celebração, nos lembram que a vida e a morte caminham de mãos dadas para o mesmo fim. Tal como o Cristo, temos que nos entregar aos desígnios de Deus.
Podemos imaginar a Igreja Matriz em 1876, ano em que Tristão Mariano compôs e executou estas mesmas músicas: os fiéis sérios e compenetrados assistindo a cerimônia, o clero reunido, as imagens cobertas por panos pretos, a igreja às escuras, as matracas que certamente eram usadas ao final, o clima contrito e silencioso da Semana Maior que tomava conta de toda a cidade.
É este clima que a Paróquia Nossa Senhora Candelária e a Associação Cultural Vozes de Itu buscam reviver ao recuperar o Ofício de Trevas e as Matinas de Quarta Feira Santa, escritas por Tristão Mariano da Costa, Mestre de Capela da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária naquela época.
Durante o ano de 2002 Vinicius Gavioli e Luís Roberto de Francisco se debruçaram sobre as antigas partituras, restaurando e revisando a peça. Aos nove Responsórios que compõem os três Noturnos acrescentaram a peça Christus factus est , das Laudes de Quinta Feira Santa, recriando a atmosfera solene adequada à cerimônia.
O Ofício de Trevas foi então revivido em 2003, com todo o aparato litúrgico, as velas de um grande tenebrário as únicas luzes a romper as trevas da igreja, os salmos recitados dos púlpitos, as lições em canto gregoriano, as antífonas, os responsórios, num crescendo até o momento de maior impacto: a escuridão total antes que a luz de Cristo volte a reinar.
Neste ano, a Igreja Matriz de Nossa Senhora Candelária volta a abrigar a cerimônia, revestida de importância ímpar com a participação de D. Gil Antônio Moreira, Bispo da Diocese de Jundiaí e de Monsenhor Durval de Almeida, Pároco da Paróquia de N. Sra. Candelária, que têm se empenhado pessoalmente para o sucesso do evento.
Recuperar o Ofício de Trevas é reviver símbolos de nossa herança cultural, esse rico acervo imaginário que nos une, nos dá identidade e nos fortalece a fé. A Associação Cultural Vozes de Itu mantém seu compromisso de trabalhar para o reavivamento dos valores culturais e musicais ituanos, acreditando que é este o caminho a ser trilhado por uma gente que conhece sua história, a valoriza e aprende com ela a se transformar e se afirmar como coletividade.
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