Aos 100 anos, falece a acadêmica Irmã Rita de Cássia Dantas
Enterro ocorreu no cemitério das Irmãs de São José, em Itu.
Jéssica Ferrari
Faleceu no Taboão da Serra, na madrugada de 20 de setembro, a Acadêmica Irmã Rita de Cássia Dantas, aos 100 anos. Nascida em Assis, a 10 de setembro de 1919, tinha o nome civil de Isabel Dantas. Era filha de Adolfo Rodrigues Dantas e Auta de Arruda Dantas.
Estudou no Colégio Nossa Senhora da Assunção, em Piracicaba, das Irmãs de São José de Chambéry, congregação religiosa à qual aderiu depois de formada. Bacharelou-se em Letras Clássicas (FFLCH-USP) e se especializou em Dialetologia (Universidade de Coimbra). Na USP teve com orientador o Prof. Antonio Candido, ao estudar ao linguajar dos bairros rurais de Itu.
Irmã Rita de Cássia Dantas atuou como professora de Língua Portuguesa no ensino público estadual e no Colégio Patrocínio de Itu. Em 1958 se tornou Vice-Diretora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora do Patrocínio, onde também lecionou línguas, literatura brasileira e latina por quase 30 anos. Publicou o trabalho “Os índices, na peça do Teatro” a propósito da peça “Deus lhe pague” de Juracy Camargo (1975), além de dezenas de poemas em jornais de Itu e nas edições da Revista da Acadil. Residia em Taboão da Serra, na casa de Saúde das Irmãs de São José, onde festejou o centenário de vida no último sábado.
O velório se deu na Igreja do Patrocínio, seguido de missa de corpo presente às 15h30 e enterro no cemitério das Irmãs de São José, em Itu.
Irmã Rita foi uma das fundadoras da Academia Ituana de Letras (Acadil) na qual ocupa a Cadeira nº 22, cujo patrono é o seu irmão, o consagrado escritor Antonio de Arruda Dantas. Era uma confreira de forte presença no dia a dia da Acadil, com grande espírito colaborativo. Sua poesia, geralmente religiosa, revela uma linguagem elegante e a preocupação em transmitir um sentido de confiança e esperança à Humanidade.
A Academia Ituana de Letras decretou luto de três dias em memória de sua confreira.