13 de maio: fim da escravatura, mas e o preconceito?
Há 122 anos a escravidão foi abolida no Brasil.
Guilherme Martins
Você sabe o que é comemorado no dia 13 de maio? Aqui vai uma dica: trata-se de uma data significativa na história da sociedade brasileira e do primeiro passo rumo à igualdade racial. Há exatamente 122 anos, acontecia a abolição da escravatura no Brasil.
Porém, mesmo depois de passados mais de um século da abolição, nós ainda somos escravos do preconceito racial, que ainda se faz presente na nossa sociedade. Para a secretária da União Negra Ituana (UNEI), Fátima do Carmo Silva dos Santos, engajada no objetivo da inclusão e sensibilização há mais de 15 anos, o dia 13 de maio foi um passo importante, mas que sozinho não tem condições de acabar com o problema. “O 13 de maio foi na verdade uma demissão em massa do povo negro, já que eles não tinham emprego, educação ou qualquer condição de conseguir um trabalho que não fosse com os seus senhores em troca de um teto”. E completa: “Agora, nós apenas estamos correndo atrás da igualdade”.
Nessa corrida pela igualdade, não bastam apenas documentos assinados ou feriados instituídos pelo governo como o Dia da Consciência Negra, mas sim o reconhecimento e inclusão do negro como parte importante da sociedade. De acordo com Fátima, as pessoas sabem pouco sobre os negros. Ela conta que quando foi procurar sobre a história dos negos em Itu, não achou nenhum registro, e teve que levantar informações com idosos. “Um povo sem história, é um povo que não existe. E muitos dos casarões de Itu foram construídos pelos negros”, afirma a secretária.
Portanto, mais do que o dia da abolição da escravatura, essa data de 13 de maio representou um pequeno passo para a igualdade e deve nos instigar a seguinte reflexão: será que o povo negro é devidamente valorizado na sociedade atual?
Direção de José Antonio Barros Freire |
Veja imagens da exposição em SP |
Mostra de artistas negros
A mostra reúne inesquecíveis obras de dez artistas negros brasileiros que atuaram no Brasil e exterior nos séculos XIX (Academia Imperial de Belas Artes - Rio de Janeiro) e século XX. Com Curadoria do Mestre Emanoel Araújo e apoio da Secretaria da Cultura de São Paulo.
Intitulada "Negros Pintores", a exposição com 140 peças, exibe óleos sobre tela e madeira, guaches, desenhos, fotografias, documentos da época e a recriação de um ateliê do século 19.
Confira os Pintores
Antônio Firmino Monteiro (1855 - 1888), Antônio Rafael Pinto Bandeira (1863-1896), Arthur Timótheo da Costa (1882-1922), Benedito José Tobias (1894-1963), Benedito José de Andrade (1906-1979), Emmanuel Zamor (1840-1917), Estevão Silva (1845-1891), João Timótheo (1879-1932), Horácio Hora (1853-1890) e Wilson Tibério (1923-2005).