Cultura

Publicado: Sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A música não pode parar!

Dia mundial da 1ª arte é comemorado em outubro.

A música não pode parar!
Beatles: explosão do rock é considerada um dos principais acontecimentos no mundo da música

Por Renan Pereira 

Se fossemos fazer aqui um panorama geral da história da música (a 1ª das sete artes), teríamos que ter começado a escrever essa matéria no mínimo há um mês. Como não fizemos isso, vamos nos concentrar aqui em explicar ao menos o significado dessa data tão importante para aqueles que não conseguem sequer imaginar a vida sem esse bem divino. O Dia Internacional da Música, comemorado no 1º dia de outubro, foi instituído em 1975 pela International Music Council - uma organização não-governamental fundada em 1949 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que agrega vários organismos e individualidades do mundo da música.

Pretendia-se, assim, promover os valores da paz e da amizade por intermédio da arte sonora. Hoje, passadas mais de três décadas, a data continua a ser assinalada em todo o planeta com o objetivo de promover a arte musical em todos os setores da sociedade. A palavra “música” vem do grego (mousikê) e significa “a arte das musas”. É praticamente impossível definir como a música surgiu ou quando os homens passaram a utilizar instrumentos para a extração de ritmos e melodias – já que, ao contrário de outras manifestações primitivas da arte, como as pinturas - que ficavam gravadas nas cavernas -, não havia meios de se registrar os sons.

É por conta disso que delimitar o "nascimento" desta expressão é algo até então fora do alcance da natureza humana. Por outro lado, sabe-se que os homens pré-históricos não dominavam técnicas artesanais suficientes para fabricar instrumentos musicais, embora já usassem as mãos e pés para marcar ritmo em celebrações de guerra e rituais – provavelmente dando assim a origem ao que conhecemos por música hoje. Afinal, é da associação desse tipo de manifestação que surgiram outras maneiras de expressão através dos sons. Assobios, uivos e gritos são alguns destes componentes.

Desde sempre

Na antiguidade, a música não tem data. Parece presente entre todas as civilizações, muitas vezes com caráter religioso. Predominava então o recital de palavras - instrumentos musicais não eram muitos e nem muito utilizados, pois a prioridade da música era comunicar. Entre os gregos, a melodia ainda era bastante simples, pois ainda não conheciam a harmonia (combinação simultânea de sons). Para acompanhar as músicas, usavam a lira - daí o termo 'lírico', usado também na poesia.

Depois, a lira deu lugar à cítara e ao aulos (um instrumento de sopro, ancestral do oboé). Entre os povos de origem semita, principalmente aqueles localizados onde hoje é a Arábia, havia outra função para a música: acompanhar a dança. Os judeus também utilizavam a música, assim como os chineses, sendo que estes eram mais avançados em relação aos instrumentos musicais - já possuíam inclusive o conceito de orquestra.

Os chineses também já estavam um passo à frente na percepção do que a música era capaz de suscitar em um grande número de pessoas. Por isto, usavam melodias em eventos civis e religiosos e com isto, por exemplo, empreendiam uma marca à personalidade dos grandes imperadores. Cada grande imperador tinha sua música própria. A estratégia é basicamente a mesma dos "amáveis" jingles de campanhas eleitorais, tão utilizados no Brasil.

*Com informações do portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estilos e épocas

Assim como as histórias eram transmitidas oralmente, as músicas também não possuíam forma escrita que as registrasse. Foi no século IX que a música ganhou uma primeira versão de escrita sistemática - a pauta, que é creditada ao monge Guido d'Arezzo, na Itália. Hoje, a pauta comum é a de cinco linhas, ou pentagrama, embora no canto gregoriano a pauta de quatro linhas permaneça, como homenagem ao monge.

A partir da invenção de Guido, a história da música foi dividida em diversos estilos, cada um com características próprias e inserido em um contexto particular. Entre elas, podemos citar a música medieval, renascentista, barroca, clássica, romântica e contemporânea (que teve início em meados do século XX).

Para comemorar em grande estilo essa data tão preciosa, deixo aqui a recomendação de uma das obras de um dos principais compositores de música erudita do mundo: Johann Sebastian Bach é o nome do cara!



Música e tecnologia

A tecnologia modificou definitivamente o modo de se fazer/ouvir música. No princípio, todos os equipamentos eram feitos de forma totalmente artesanal. Com a chegada de tecnologias que usavam a energia como suporte da construção e utilização de novos instrumentos, o modo de relacionamento da sociedade com a música nunca mais foi o mesmo. Os aparelhos elétricos trouxeram novas possibilidades na construção dos sons e enfim estabeleceram as primeiras gravações, possibilitando inclusive a incorporação definitiva de novos gêneros musicais à arte, como o jazz e o rock.

Permitam-me dar um salto ao mundo moderno: a popularização da Internet, em meados dos anos 90, trouxe uma gama de possibilidades de novos meios para a produção de música e estabeleceu um novo tipo de consumo. O que antes só chegava aos ouvidos da população através de uma grande corporação (rádios, TV’s, gravadoras, etc.), hoje está disponível gratuitamente em uma plataforma para milhões de pessoas em praticamente qualquer país do mundo. Veja bem, eu disse PRA-TI-CA-MEN-TE.

A modificação, no entanto, vai muito além do consumo de música, passando por debates do acesso ao conhecimento e a nova estrutura da produção de conteúdo. Só para se ter uma ideia, essa concepção de que a nova era da música independente deverá modificar toda a estrutura capitalista da indústria musical através da web já era pregada por especialistas no assunto nos próprios anos 90.

“Para já do que se trata é da possibilidade de os processos de difusão e venda de música pelo complexo industrial-cultural se reconfigurarem através da plataforma digital que no limite acabará com o formato dos discos que conhecemos (discos com um conjunto pré-fixado de temas); cada consumidor de música poderá fazer os discos com a música que preferir”, afirma um artigo de José Júlio Lopes, da Un
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