NWS e o Quartel de Itu
Olga Sodré escreve sobre NWS e o Regimento Deodoro.
Salathiel de Souza
Embora só tenha voltado a visitar o quartel de Itu nos últimos tempos, ele tem grande importância na minha história. Se ele não tivesse existido eu nem teria nascido, pois foi quando veio servir como tenente em Itu que meu pai conheceu minha mãe e com ela se casou.
Imagino-o subindo a ladeira que liga o Regimento Deodoro à Praça do Carmo, onde ficava o casarão do meu avô, para namorar minha mãe. Ela relembra estes encontros até hoje e narra com emoção o casamento, na Matriz da Candelária, em 02 de fevereiro de 1935. Os dois entraram na Igreja, no dia da Padroeira, atravessando uma alameda de espadas erguidas pelos oficiais.
Quando eu nasci eles não estavam mais em Itu, pois a vida militar é nômade e os levou a mudar de cidade em cidade. Mas meus avós, Itu e seu Quartel permaneceram sempre como pano de fundo em minhas lembranças.
Em cada nova cidade nossa família se enraizava no grupo de familiares militares e eu cresci brincando nos quartéis. Nossa cidade tornou-se assim o Brasil inteiro, que meu pai me ensinou a conhecer e amar, mas nós sempre voltamos a Itu periodicamente.
Quando meu pai faleceu, em 13 de janeiro de 1999, ele foi enterrado com honras militares, na presença dos oficiais e ao som das cornetas do Quartel de Itu.
Olga Regina Frugoli Sodré