Quando a paternidade chega mais cedo
Conheça a experiência de jovens que já se tornaram pais!
Jéssica FerrariPor Jéssica Ferrari
É normal sentir ansiedade, insegurança e medo ao receber a feliz notícia da chegada de um bebê ao mundo. Afinal, são tantos os cuidados com uma criança, que a vida de qualquer pessoa pode se transformar. Essa realidade, inclusive já faz parte da vida de muitos jovens, que apesar do despreparo afirmam que a experiência de se tornar pai é gratificante.
No Brasil, quase 661,2 mil pessoas entre 15 e 19 anos – e outras 132 mil entre 10 e 14 anos – são responsáveis por seus próprios domicílios, de acordo com os dados do Censo 2010 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse número, muitos decidem se unir com o parceiro por causa de uma gravidez.
Essa também foi a escolha do estudante e assistente de arte Jefferson Pires, que decidiu sair da casa dos pais alguns meses antes de sua filha Bianca nascer. “Isso mudou a minha rotina totalmente, já que quando morava com eles [pais] não tinha tantas responsabilidades. Aprendi a cozinhar, aprendi a lavar minhas roupas e aprendi que o café da manhã não surge na mesa quando eu estou com sono”, brinca o estudante que se tornou pai no mesmo mês que completou 23 anos.
Na mesma época, Pires ficou desempregado e quase teve que abandonar a faculdade. “Também tive que parar com um dos meus hobbys favoritos, que era tocar, para dar mais atenção ao que estava acontecendo”, conta.
Para o estudante de educação física Matson Rivieri, a notícia chegou mais cedo, quando ele ainda tinha 17 anos. A gravidez não planejada o fez abandonar a carreira de jogador de futebol para ajudar na educação da filha Gabriella. “Foi um choque inicialmente, mas depois tive que encarar a responsabilidade. Eu não me sentia preparado, muito pelo contrário”, conta.
Mas mesmo com a nova responsabilidade, eles não abandonaram os estudos e conseguiram enxergar nos filhos, um novo motivo para continuar pensando num futuro melhor. “No início eu vi o mundo acabar, tinha planos e me imaginava trabalhando em outra cidade, com a Bianca nascendo isso tinha ido por água a baixo. Depois de algum tempo eu percebi que isso não mudaria em nada a minha vida, ainda continuo com meus planos de vida”, afirma Pires. Já Rivieri trocou a bola pelos cadernos, e também incentivou a ex-companheira a acreditar nos estudos.
Quanto ao futuro das crianças, a resposta dos novos pais é unânime quanto ao carinho. Os dois esperam estar ao lado das filhas, que hoje já se tornaram um motivo para sorrir. “Minha filha é tudo, me sinto mais responsável e mais maduro em todos os sentidos. Espero poder apoiá-la em tudo”, explica Rivieri.
A transformação de vida ainda possibilita o fortalecimento dos laços de família, uma vez que muitos jovens recebem a ajuda dois pais nos cuidados com os filhos. “Assumir a Bianca e sair da casa dos meus pais foi a mesma coisa que dizer: ‘agora eu vou virar adulto’. Minha cabeça mudou bastante, hoje eu entendo muito mais meus pais, me aproximei mais deles e tento seguir o exemplo dos dois para ser um bom pai”, confessa.
Um Dia dos Pais diferente
Ser jovem, estudante e pai não é tarefa fácil, no entanto, pode ser prazeroso e benéfico. Comemorar o primeiro Dia dos Pais ao lado do filho então é uma experiência que só quem é pai pode contar. “A primeira vez que passei a data com a Gabriella foi emocionante, uma sensação que eu nunca tinha imaginado sentir assim tão cedo. Demorou um pouco para ‘cair a ficha’ de que eu já era pai e, que tinha uma vida que dependia de mim. Agora, minha filha é tudo!”, lembra Rivieri.
Prestes a passar por essa celebração - que em 2011 será no dia 14 de agosto - Pires aguarda um Dia dos Pais diferente do que ele esperava, mas que promete amadurecer ainda mais seu coração. “Passar esse primeiro Dia dos Pais vai ser bem estranho, é a primeira vez que vou ser pai e filho ao mesmo tempo”, finaliza.
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