Arquearia montada: prática que tende a crescer no país
O esporte chegou com força, inclusive, à cidade de Itu.
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Por Renan Pereira
Talvez você já tenha ouvido falar em arquearia montada. Mas, provavelmente, você não deve entender bulhufas sobre esse tema. Afinal, apenas uma pequena parcela da população brasileira pratica esse esporte no Brasil. Quando falamos em arquearia, logo transportamo-nos para eras que nem sequer nossos bisavôs viveram, porque automaticamente relacionamos o arco e flecha (instrumentos muito usados pelos indígenas) à atividade esportiva. De fato, o arco simples, como engenho lançador de flechas, existe há aproximadamente 20 mil anos.
Porém, ao contrário do que parece, a arquearia montada não é tão antiga assim – pelo menos para os brasileiros. Sinônimo de velocidade e precisão, o esporte é praticado milenarmente na Ásia e passou a ser conhecido mundialmente somente depois de ter se tornado um esporte olímpico - embora também seja comum a pratica de modalidades esportivas não olímpicas que utilizam réplicas dos arcos tradicionais. Estes, por sua vez, podem chegar a ter um alcance mortal de 40 a 100 metros. No caso do arco longo, até 400 metros de distância do alvo.
No Brasil, a arquearia montada começou a ser praticada oficialmente somente em 2006. E, apesar da atividade ainda ser considerada escassa no país, digamos que não é assim tão raro encontrar quem a pratique – ou ao menos se interesse por ela.
As cidades do interior de São Paulo são um nítido exemplo disso. Em Itu, mais precisamente na Chácara do Rosário, um projeto sobre arquearia está sendo desenvolvido há 4 meses. Raul Sampaio Almeida Prado e o seu filho, Fernando Prado, foram os idealizadores da prática do esporte na cidade.
Durante a semana, eles oferecem aulas a um grupo de pessoas e, aos sábados, a prática é livre. O programa serve para esclarecer dúvidas e para que os interessados tenham um primeiro contato com o esporte. “O objetivo principal é promover aqui um centro de atividades equestres. A arquearia está sendo praticada frequentemente; todos estão convidados a compartilhar os ensinamentos conosco”, esclarece Raul Prado. “Por enquanto ainda estamos com um ambiente meio improvisado, mas aos poucos vamos conseguindo espaço e aumentando nossas atividades”, completa.
Apesar do pouco tempo, o projeto já está causando alvoroço em Itu e os praticantes estão começando a entrar no ritmo. Lucas Paiva, carioca recém chegado à cidade de Sorocaba, está acompanhando as atividades todos os fins de semana. “Desde pequeno gosto de cavalos. Estou vindo todos os finais de semana aqui e gostando muito do projeto. Percebi que já houve uma evolução da minha parte”, explica o jovem.
Currículo não falta aos idealizadores do projeto. Raul Prado explica que começou a gostar de cavalos ainda na infância e praticou vários estudos sobre animais, tendo inclusive se formado em zootecnia. Também é autor do livro Raízes Manga Larga, no qual compartilha a sua paixão pelos cavalos: “Adoro os cavalos. O que mais me impressiona é que para lidar com eles é necessário, antes de tudo, atenção, sensibilidade e emoção”.
Não restam dúvidas: apesar de ainda ser um esporte pequeno no Brasil, a arquearia montada tende a crescer cada vez mais. Ainda mais em se tratando de um país onde as atividades equestres são tão comuns. Porém, para que isso aconteça, algumas barreiras ainda terão de ser quebradas. Uma delas é o alto gasto que os praticantes do esporte estão sujeitos a ter.
Você se interessa pelo projeto?
Os interessados em conhecer o projeto e esclarecer dúvidas sobre a arquearia montada podem comparecer à Chácara do Rosário aos sábados. “Já durante a semana estamos oferecendo aulas de 1 hora (diária). O mais interessante é que o curso oferece todo material necessário à prática do esporte”, explica o professor Fernando Prado.
A chácara do Rosário está localizada na avenida Vital Brasil, s/n, em Itu (antiga Estrada Velha Itu/Salto). Mais informações pelo telefone (11) 4023-0624.
Renan Pereira / Itu.com.br |
Professor Fernando Prado explica técnicas da arquearia a um dos participantes |