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Publicado: Quinta-feira, 16 de maio de 2013

Ituano 66 Anos: conheça a carreira do matador Django

Atacante é o maior artilheiro da história rubro-negra.

Crédito: Acervo Pessoal - Django Ituano 66 Anos: conheça a carreira do matador Django
Django e seus filhos durante cerimônia em que recebeu homenagem da Secretaria de Esportes de Itu

Por André Roedel

Em 1966, o diretor Sergio Corbucci contemplou o cinema com um filme que se tornaria um clássico do gênero western spaghetti: “Django”. Vivido por Franco Nero, Django é um vagabundo que arrasta um caixão que esconde uma metralhadora. Mas no futebol, Django é na verdade o maior artilheiro da história do Ituano Futebol Clube e um dos maiores goleadores do Brasil, tendo anotado 349 tentos em sua carreira (Ronaldo Fenômeno tem 352, só pra comparar).

Com 1,86m, o folclórico atacante tem uma grande história no futebol nacional e um currículo de fazer inveja a muito jogador atual. Luiz Paulo Lemes ficou conhecido pelo nome do personagem de bang-bang italiano na sua infância, pois era fã desse tipo de filme. Mas no começo ele não gostou da alcunha. “Ninguém gosta de apelido”, disse Django, durante entrevista cedida ao Itu.com.br. Ele é o primeiro personagem da série preparada especialmente para o aniversário de 66 anos do Ituano, que será no dia 24 de maio.

Djangol

Django nasceu em Itu no ano de 1958, mas foi registrado em Jales (SP). Começou a jogar futebol logo cedo, quando garoto, e despertou o interesse do time local, o Ferroviário Atlético Ituano (antigo nome do Ituano Futebol Clube). Em 1978, ele era um dos atacantes do Galo rubro-negro e fez sucesso com a torcida.

Ambidestro e “fazedor” de gols, Django compensava sua forma física (alto e magro, lembrando Sócrates e Casagrande) com belos passes e um bom posicionamento dentro da área, seu lugar preferido do campo. Era lá que Django estava para receber os bons cruzamentos de seus companheiros de equipe e empurrar para dentro das redes.

“Nunca levei dura de treinador”, se orgulha Djangol, como também era conhecido. Ele sempre teve um bom relacionamento dentro e fora de campo com seus companheiros de equipe. E afirma que falta comprometimento aos jogadores atualmente. “Os caras jogam em tapete e ficam cansados? No meu tempo não era assim, a gente tinha comprometimento”, reclama Django, que vê muita “frescura” no futebol de hoje.

Nômade da bola

Django pode ser considerado um nômade do futebol nacional. Ele rodou o país, tendo passado por vários times – tornando-se ídolo em praticamente todos. Após sua passagem pelo Ituano, ele foi contratado pela União Barbarense, compondo em 1980 o melhor time da história do clube, de acordo com a própria torcida.

Depois de virar ídolo na Barbarense, Django foi contratado por outro time da região onde também marcaria história: o Primavera de Indaiatuba. Lá, o atacante fez 62 gols e ratificou o apelido de Fantasma da Ituana, quando o time indaiatubano “atropelava todo mundo”, segundo palavras do próprio Django.

Django sempre teve um relacionamento com a torcida. E foi no Recife (PE) que essa ligação com a massa se estreitou. Em 1983, ele teve uma curta e gloriosa passagem pelo Santa Cruz, time mais popular de Pernambuco. No Santinha, Django virou ídolo e decidiu vários clássicos, principalmente contra o Sport, um dos maiores rivais do time tricolor. “Só tenho lembranças boas da torcida do Santa. Fui muito bem tratado no Recife”, conta o atacante matador.

Retorno ao Galo

Ainda em 1983, Django retorna para o clube que o consagrou, o Ituano. Com uma estrutura totalmente diferente da atual – mas com jogadores de qualidade superior – ele seguiu marcando seus gols. E não foram poucos. Com a camisa rubro-negra, Django fez 147 gols, sendo o maior artilheiro da história de 66 anos do clube. “O UOL (portal de notícias) diz que eu tenho 134, mas tá (sic) errado”, alerta o ex-jogador.

A segunda passagem de Django pelo Ituano foi a mais longa e mais marcante. De 1984 a 1986, ele colecionou, além de gols, bons resultados. Nessa época, o Galo conquistou o título do Grupo Verde do Paulista (1984) e a Copa Cásper Líbero (1986). Também nesse período, o rubro-negro ficou 24 partidas sem perder pela Segunda Divisão do Paulistão, considerado um recorde até hoje.

Artilheiro dos gols bonitos

Além da quantidade, os gols de Django eram conhecidos pela qualidade. Os mais bonitos tentos do atacante foram marcados no estádio “Novelli Júnior”, em 1986, ambos de bicicleta. Um foi contra o Aparecida, no gol de entrada. O outro foi contra o São José, no gol dos fundos. “Um gol não tem ciúme do outro”, brinca o bem-humorado Django.

O golaço contra o Aparecida tem registro em vídeo (gravado em um DVD que o ex-jogador guarda com carinho), mas o outro se perdeu. Django tentou recuperar a gravação, mas a TV que registrou o feito não tinha mais a cópia. “Quando se leva três no lombo fica difícil ainda ter a gravação”, ironiza Django, em referência a derrota do São José na referida partida.

Principal-alvo

O principal alvo de Django em sua época de atacante rubro-negro era a Saltense. Na época, o clássico entre os times das cidades-irmãs era muito forte. Com a rivalidade exalando, ele não perdoava. “Contra a Saltense eu gastava o bicho 15 dias antes, porque era gol na certa”, comenta Django.

Na Alemanha

Django rodou por alguns clubes pelo Brasil (como São Bernardo-SP, Paysandu de Brusque-SC, e XV de Uberlândia-MG) até que pintou uma de suas melhores oportunidades na carreira: jogar no Remscheid, da Alemanha. Pelo clube da terceira divisão, Django teve a dificuldade inicial que todo brasileiro tem quando vai a países europeus, mas logo se acostumou. Ele ficou dois anos na equipe, e guarda um carinho especial até hoje. “Meu contrato era de três anos e sai antes, mas o presidente ainda assim pagou tudo certinho”, disse.

Aposentadoria

Depois de sua passagem pela Alemanha, Django rodou pelo interior paulista. Jogou por Capivariano, Lençoense, Estrela de Porto Feliz e Guarani Saltense. Ele teve a carreira encerrada prematuramente devido uma lesão no joelho, que o impossibilitou de jogar em alto nível por mais tempo. Então, aos 33 anos, em 1991, Django pendurou as chuteiras. Mas ele seguiu marcando seus gols pelos times amadores da região – que, ele faz questão de frisar, não contabiliza como oficiais.

Seleção Brasileira

Não, Django nunca vestiu a amarelinha. Mas tem cacife para dar seus pitacos em relação ao atual plantel brasileiro. Perguntado sobre as chances da seleção na Copa do Mundo, ele não se mostra muito esperançoso. “Se continuar com essa base, talvez brigue”, disse.

Dos jogadores atuais, Django vê apenas Neymar (Santos) como especial e Ganso (São Paulo), Lucas (Paris Saint-German) e Oscar (Chelsea) como &l

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