Esportes

Publicado: Quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

21 de dezembro - Dia do Atleta. Parabéns aos profissionais e amadores!

A data foi instituída em 1961, pelo presidente Jânio Quadros

Crédito: Arquivo pessoal 21 de dezembro - Dia do Atleta. Parabéns aos profissionais e amadores!
Edmar é um exemplo de superação

Por Rodrigo Gasparini
 

Do grego “athletés”, que significa “lutador”, a palavra atleta é o termo utilizado na língua portuguesa para denominar quem pratica esportes ou tem capacidade física acima da média. A denominação surgiu na Grécia e na Roma antigas, onde era utilizada especialmente para os praticantes do atletismo.
 
Por esta definição, qualquer um que pratica atividade física regularmente é um atleta. Vale para o Usain Bolt, o Roger Federer, o Felipe Massa, a Daiane dos Santos, o cara que joga pelada com os amigos toda semana e até mesmo para o executivo que troca o elevador pelas escadas do prédio.
 
Aqui no Brasil, comemora-se o Dia do Atleta em 21 de dezembro. A data foi instituída em 1961, pelo então presidente Jânio Quadros. Entre as justificativas para o decreto, ele afirmava que aos atletas “são devidas as homenagens de todos”.
 
E são mesmo. Especialmente para quem faz do esporte um estilo de vida e se torna exemplo para muita gente. É o caso do corredor ituano Edmar Wilson de Souza. Com 36 anos dedicados à corrida, ele conseguiu, em 2009, o feito de ser o primeiro atleta de Itu a completar o percurso da Maratona de Nova York. Com um detalhe: Edmar é deficiente físico, o que – apesar das políticas de inclusão da atualidade – torna tudo um pouco mais difícil.
 
“Ser atleta é ser autêntico, ser você mesmo, é buscar sua própria identidade, ser comprometido, dedicar-se por inteiro pelos seus sonhos, superando sempre seus próprios limites e nunca desistindo”, é a definição de Edmar. E são palavras ditas com uma certeza de quem tem experiência no assunto: “Ao longo de muitos anos entendi que o importante não era disputar provas para ganhar ou vencer concorrentes, mas sim chegar até o fim, superar as dificuldades do percurso e aprender com cada desafio. O grande prêmio é a conquista de uma vida com saúde”.
 
Com a experiência acumulada e a vida de autodidata, Edmar também se dedica, hoje em dia, a ensinar pessoas que queiram iniciar no atletismo. E como um deficiente físico que já sofreu muito na pele o peso do preconceito, ele sabe bem como o esporte é capaz de promover a tão famosa inclusão social. “A atividade esportiva, além de priorizar a disciplina, ajuda a desenvolver o controle motor e emocional, capacita para a atuação em equipe, melhora a saúde física e a autoestima, e promove a interação do indivíduo com o grupo social e com a sociedade de forma geral, enfatizando as relações de convivência e incorporando valores considerados socialmente positivos”, explica.
 
Vida regrada, disciplina, treinamentos duros. Não é fácil a vida de um atleta de alto nível. Ainda mais quando, além de dar conta deste puxado dia-a-dia, ele precisa correr um pouco mais, desta vez em busca de patrocínios. Ou lutar contra fatores políticos que podem prejudicar a sua carreira, como no caso de Edmar. Ele reclama das regras colocarem numa mesma categoria atletas com paralisia do membro superior, como é o seu caso, com outros que têm “apenas uma lesão no dedo. Parece até piadinha, mas não é. Existe muito favorecimento”, denuncia.
 
Mas, de superação em superação, passo após passo, Edmar vai – literalmente – trilhando seu caminho. Ou se pode duvidar de quem sai de casa mancando, vítima de uma lesão no Tendão de Aquiles, e volta com o orgulho de ter completado a Maratona de Nova York? É por essas e outras que não se enxergam os limites deste atleta, que já planeja a realização do próximo sonho: correr as Olimpíadas de 2012, em Londres.
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