Na despedida de Juninho, Ituano bate Portuguesa e se mantém na elite
Roque Júnior e Juninho marcaram para o Galo.
Renan Pereira
Por Renan Pereira
As lágrimas de Juninho Paulista e a revolta de Roque Júnior no fim do jogo expressavam a alegria e o alívio do Galo. Após vencer a Portuguesa de virada pelo placar de 3 a 2, o time do Ituano confirmou sua permanência na elite do futebol paulista. O jogo aconteceu na quarta-feira, dia 7 de abril, no estádio Canindé, em São Paulo.
A noite era fria e chuvosa, o público era pequeno e impaciente. O Rubro Negro perdia o jogo por 2 a 0 e dependia somente dele para escapar da degola, já que o Paulista vencia o Palmeiras por um largo placar. De quando em quando os jogadores ituanos colavam até a beira do campo para se informar sobre o resultado do adversário.
A cada minuto que passava a partida ficava mais dramática, os torcedores da Lusa comemoravam o placar confortável. A reação do Galo começou depois da injeção de ânimo que sofreram na hora do intervalo: não adiantava mais torcer pela derrota de outros times, agora era com eles.
Os raros torcedores do Galo que compareceram ao Canindé não desanimaram, esperaram pela volta do time acreditando em uma reação milagrosa. Foi o que aconteceu. Juninho, Lincoln e Roque Júnior fizeram os gols da virada e mudaram o destino do Rubro negro na competição.
O jogo marcou a despedida do pentacampeão mundial, Juninho Paulista, do futebol. "Não dá mais. Todo jogo sinto muitas dores musculares, muito cansaço. Está na hora de parar. Termino minha carreira de cabeça erguida", declarou. Agora, o ex-jogador passará a cuidar somente da parte administrativa do clube.
Com a vitória, o Ituano se despede do Paulistão na 13ª colocação, com 22 pontos. Já a Portuguesa encerra sua participação na sexta colocação, com o saldo de 31 pontos. Com a derrota, o time da casa não conseguiu passar para a próxima fase.
O jogo
Um banho de água fria – O Ituano entrou em campo precisando do resultado positivo de qualquer maneira. O time só não esperava sofrer um gol logo aos 2 minutos de jogo. Paulo Sérgio em cobrança de falta abriu o placar. A bola viajou toda a área, passou por todos, e parou no fundo da rede do goleiro Éder.
Apesar do banho de água fria, o Galo não desanimou e foi para cima do adversário. O desespero e o nervosismo atrapalharam bastante o desenvolvimento do time dentro de campo. Percebendo a desorganização do time Rubro negro, aos poucos a Lusa passou a retomar o controle do jogo.
Muralha ituana! – Se tem algo que os torcedores ituanos não podem reclamar do time no Paulista é a falta de goleiros. Tanto Éder, como Saulo (machucado), tiveram ótimas atuações durante todo o campeonato, mesmo com uma zaga ainda desentrosada. Aos 21 minutos o goleiro evitou um desastre. Depois de rápido contra-ataque da Lusa, Héverton ficou cara a cara com o gol. Éder fez milagre e salvou o Galo!
Dessa vez não deu – Ok, nem tudo são flores na vida dos goleiros. Aos 29 minutos Luís Ricardo recebeu em profundidade e foi mais rápido do que Éder. O atacante tocou para o gol e correu para o abraço. Eis que, em cima da linha, surge um anjo da guarda chamado Jean Pablo. O zagueiro adiou o que aconteceria 3 minutos depois...
Gol da Lusa - Aos 33 minutos, Paulo Sérgio - de novo ele - cobrou falta venenosa e Luiz Carlos venceu a zaga ituana. O goleiro Éder até tocou na bola, mas não teve jeito: 2x0 para a Lusa. A expressão dos torcedores ituanos presentes no Canindé era de tristeza.
Em um último suspiro, o Galo ressuscita! - No intervalo os jogadores receberam uma injeção de ânimo do treinador e de Juninho Paulista. Reiniciada a partida o Galo era outro time. Logo nos primeiros minutos a portuguesa sentiu que o quadro era de reação e se fechou no campo de defesa.
Como nos velhos tempos... - A despedida de Juninho dos gramados não poderia ter sido diferente. Logo no início ele recebeu na intermediária, driblou o marcador e bateu com categoria no ângulo do goleiro Fábio. Um golaço! Como nos velhos tempos...
Na raça! Empate sofrido - O Rubro negro precisava somente de um gol para se manter na primeira divisão da disputa e ele veio somente aos 35. Lincoln, que havia acabado de entrar, aproveitou uma bola rebatida e completou para o gol. Festa no Canindé!
Gol de pentacampeão – Roque Júnior é o nome dele. Durante todo o jogo o zagueiro mostrou porque se consagrou jogando pelo time pentacampeão do mundo. Além de marcar, Roque Júnior atacou e esteve em todas as partes do campo durante a partida. Aos 40 minutos o zagueiro tabelou, invadiu a área e tocou na saída do goleiro Fábio. Vitória sofrida!
Choros e protestos - Ao final do jogo o grupo se uniu e, chorando de felicidade, Juninho deixou os gramados. “É difícil parar”, disse. A parte desagradável do jogo ficou por conta da torcida da Lusa que, revoltada com o time, passou a protestar e xingar os jogadores e o técnico Vágner Benazzi.
Confira os lances do jogo:
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