Por que o Ituano é conhecido como "Galo de Itu"?
Saiba como o mascote do rubro-negro surgiu!
André Roedel
Afinal de contas, como e quando surgiu o Galo na simbologia do Ituano? Há, no mínimo, duas versões bem diferentes para explicar o fato. Uma delas, sustentada inclusive por um dos mais ativos e entusiastas esportistas de Itu, Vicente Elias Shanoski, é a de que em 1980, quando o então Ferroviário Atlético Ituano (FAI) adotou as cores vermelho e preto, surgiu também entre os diretores da época a idéia de se buscar um símbolo para a equipe.
Quase que numa coincidência, na casa onde estavam reunidos tinha um galo de porcelana, que imediatamente foi visto e adotado como sendo o Galo rubro-negro, termo logo propagandeado por outro esportista muito conhecido em Itu, Chiquito Pesodipanni, ex-técnico de futebol na cidade.
Já outra versão, a mais corrente entre os esportistas da velha guarda, como Pedrinho Zacharias e o ex-craque José Cláudio Carneiro, é bastante diferente. Segundo eles, após a metade dos anos 50, foi disputada a 1ª Taça Cidade de Itu, reunindo apenas duas equipes: o poderoso Clube Atlético Ituano – então integrante da 2° Divisão de Profissionais – e a Associação Atlética Sorocabana, que disputava a Terceira Divisão – equipe que originou o atual Ituano.
Pelo regulamento, seriam inicialmente dois jogos, com mando invertido. O primeiro deles, disputado no Estádio Municipal, deu a lógica da época: vitória do poderoso Ituano. No segundo, já no Estádio “Álvaro de Souza Lima”, na famosa Baixada, vitória da Sorocabana por 1 a 0. O campeão, portanto, somente sairia num terceiro jogo, cujo sorteio do local apontou novamente o “Souza Lima”.
Para surpresa da maioria, a Sorocabana – que na época contava com vários jogadores remanescente do próprio Ituano – voltou a vencer, desta vez por 3 a 1, conquistando a referida Taça. Na decisão, um dos ex-rubro-negros, o zagueiro Beregué, fez um gol de longa distância no legendário Mão de Onça, até hoje considerado o melhor goleiro em todos os tempos do futebol ituano.
Mas, voltando à história do galo, ainda no vestiário festivo da Sorocabana, o goleiro reserva da equipe, o popular João Granja, começou a vibrar gritando “agora nós somos o Galo da Comarca, vencemos o Ituano”. Nos jogos seguintes da Sorocabana, o mesmo João Granja, que havia trabalhado na Fundição Gazzola, apareceu com um galo feito de chapa metálica, sendo logo aceito pela torcida, ao som de “Galo, Galo...”.
Vale destacar que, ainda segundo versão de Pedro Zacharias, até aquela conquista a Sorocabana era conhecida também por “Expressinho de Aço”, simbolizada por uma locomotiva da antiga estrada de ferro. A máquina, porém, não resistiu ao carisma do galo, até hoje sustentado com orgulho pela galera – agora rubro-negra de Itu. A Sorocabana, por tradição, sempre adotou as cores vermelho, azul e branco.