Emoção, apreensão e alegria: o título do Ituano visto do Pacaembu
Repórter do Itu.com.br esteve na final e conta como foi.
André RoedelVeja as fotos desta notícia no Flickr
Por André Roedel
Domingo, dia 13 de abril. Esta data jamais será esquecida pelo torcedor do Ituano – incluindo eu, que estive no Pacaembu e pude celebrar a conquista do Paulistão pelo time da minha cidade. Um momento único e especial que só quem esteve lá pode descrever. Toda a emoção, apreensão e alegria (muitas vezes sentidas todas de uma só vez) do momento em que a caravana saiu de Itu e retornou você confere nas próximas linhas.
Os ônibus com a torcida do Ituano saíram pontualmente às 13 horas de frente ao Novelli Júnior. Fui com a turma mais tranquila, se é que assim pode se chamar, e nenhum imprevisto ocorreu. Chegando em São Paulo, fomos recepcionados com buzinas e aplausos dos paulistanos e escoltados durante todo o caminho até o Pacaembu pela Polícia Militar (para evitar qualquer conflito com os santistas).
Todos os torcedores desceram praticamente no mesmo instante e juntos marchamos até o estádio paulistano. Essa não foi a primeira vez que fui ao Pacaembu, mas foi a mais emocionante – e um tanto assustadora, já que o gigante “Paulo Machado de Carvalho” intimida. Como a arquibancada reservada para nossa torcida não era lá essas coisas, o primeiro grande desafio da tarde foi encontrar um bom lugar para acompanhar o jogo.
Assim que nos acomodamos, a ficha começou a cair: o time da minha querida Itu estava na decisão do estadual mais importante e disputado do país! O nervosismo foi crescendo a cada instante. Quando o time subiu ao gramado, a tensão era tamanha que muitos até fecharam os olhos. Final de campeonato é assim mesmo.
Quando a bola começou a rolar, a tensão aumentou ainda mais. O primeiro tempo foi truncado, com muita catimba por parte do Ituano e trapalhadas por parte do árbitro Raphael Claus, que foi “homenageado” pela nossa torcida – que levou muitos sustos nos primeiros quarenta e cinco minutos e só ficou aliviada por saber que tinha o ótimo Vagner embaixo da meta.
O que ninguém esperava era que as trapalhadas do juizão Claus culminassem num pênalti mal marcado em favor do Santos, no finzinho do primeiro tempo. Cícero converteu e fez o Pacaembu pulsar – do lado alvinegro, claro. Porém, a torcida rubro-negra não se abateu e continuou cantando e apoiando o time. Mal sabíamos que toda aquela gritaria seria recompensada...
Mais quarenta e cinco minutos transcorreram e ninguém alterou o placar. Fomos para a cobrança de pênaltis, então. A apreensão era nítida no semblante de todos os torcedores do Galo. “Será que depois de tudo que passamos vamos perder esse título de uma forma tão dolorosa?”, certamente pensava a maioria. Mas os “deuses do futebol” não seriam tão injustos assim, não é mesmo Romarinho e Mano Menezes?
Nem mesmo o erro de Salles (quem diria, o homem das bolas paradas perdendo sua cobrança...), fez com que o título mudasse de mãos. Parecia estar escrito que o Campeonato Paulista de 2014 seria do Ituano. Quando Vagner defendeu a cobrança de Neto eu não sabia se chorava ou gritava. Acabei fazendo tudo isso de uma vez só. É campeão, p$%#@!!!
A festa do título rubro-negro foi uma das coisas mais bonitas que já presenciei. O elo entre o time e a torcida foi de fato restabelecido. Acredito até que, a partir de agora, o Estádio Novelli Júnior passe a receber mais torcedores em dia de jogo do Ituano. Mas isso é coisa pra se pensar depois.
Saímos do Pacaembu por volta das 19 horas. Cansados, mas muito felizes, fomos até os ônibus comemorando demais o título. Gente que nunca havia se falado antes se abraçava e vibrava com a conquista como se fosse uma Copa do Mundo. E de fato era. Era a Copa do “pequeno” Galo, que venceu gente grande para faturar a taça.
Como já escrevi, a turma do “busão” que fui era a mais tranquila. Muitos dormiram durante a viagem de volta (inclusive meu tio, que foi junto). Todos guardavam forças para a comemoração que vinha na sequência. Chegando em Itu, houve um pequeno problema com um torcedor que supostamente atirou um objeto pela janela. Problema contido pelos seguranças do clube, que evitaram que a festa fosse manchada.
Quando desci do ônibus e vi a Praça Washington Luiz tomada por torcedores eu me emocionei mais uma vez. Que bonito foi ver o povo alegre apesar de todos os problemas que enfrentam diariamente! Dentro de campo pude parabenizar e agradecer jogadores, comissão técnica e diretoria do clube pela conquista. E assim terminou o dia 13 de abril de 2014, um dos mais intensos da minha vida.