No Dia Internacional da Mulher, o assunto é educação e cultura

Crédito: Arquivo pessoal

Por Camila Bertolazzi

Dando continuidade à série de entrevistas em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08 de março), o Itu.com.br bate um papo com a professora Maria de Lourdes Sioli, mulher exemplar quando o assunto é educação e cultura. Atualmente ela participa ativamente da Acadil, do Coral Vozes de Itu, do Inevat, do CEAPI, do Museu da Música e do Conselho Municipal de Cultura.

Itu.com.br - O que Itu representa em sua vida?
Maria de Lourdes Sioli - Itu é meu chão, meu porto seguro! Foi aqui que constituí minha família, fiz amigos, plantei árvores, escrevi meu livro, dei significado a cada rua e praça, defini cada toque de sino, aprendi a amar os prédios, respeitar a História, repartir sentimentos, me envolver a com a cultura, enfim... pertenço a tudo isso que define uma cidade -gente, lugares, aromas, cores, árvores, ruídos, envolvidos numa trama de amor e amizade.

Itu.com.br – Quais são os benefícios e desafios da vida dedicada à educação e à cultura?
M.L.S. - Às vezes penso que cada um nasce com uma missão. A minha foi, desde muito cedo, dedicada à educação, talvez por fazer parte de uma família de educadores (meus pais eram professores) e a cultura, porque me deslumbrei com suas mil facetas, encontradas nos mais esquecidos recantos por onde andei. Um professor a tempos atrás (ou no meu tempo), andava a frente de seu tempo, fazia parte de um grupo privilegiado pela cultura, dividia seus saberes com um grupo de alunos ávidos de conhecimento, que o respeitavam! A escola era um templo de saber, cidadania e honradez! Os tempos agora são outros. Hoje a escola não acompanha as mudanças e por isso tem dificuldade em deslumbrar os alunos como outrora. Os professores têm pela frente uma tarefa dificílima, que é competir com uma plataforma midiática que atrai, inebria, fascina, informa em tempo real o que acontece no mundo e supera uma boa aula! Eis o desafio! Acho que uma vida dedicada à educação e à cultura é digna de louvores, porque define uma tarefa essencial na formação do cidadão pensante, consciente de seus atos e, portanto, super importante para a sociedade. Falta educação e cultura para nosso povo, mas o governo não se empenha em traçar prioridades nesta área, deixando o Brasil defasado nos mais diferentes índices da avaliação mundial em relação à aprendizagem, o que é uma lástima!

Itu.com.br -Como é ser mulher, mãe, esposa, educadora e atuante na sociedade?
M.L.S. - Acho que a mulher tem uma capacidade de exercer muitas tarefas e atividades ao mesmo tempo sem que uma prejudique a outra. Assim é que assumi meus papeis um após outro, com suas exigências e limitações, cada um há seu tempo, me adaptando a eles da melhor maneira possível. Algumas atividades sociais voluntárias são bastante antigas; as exerci concomitantemente a minha vida profissional e outras são mais atuais, quando já aposentada tive maior tempo disponível para dedicar-me a elas. A fase mais difícil, nesta acomodação de tarefas foi quando assumi, por 4 anos, a Secretaria de Cultura e Turismo do município, porque dedicando-me de corpo e alma a tarefa pouco tempo sobrava para meus três filhos, adolescentes na época, e meu marido sempre lamentando minha ausência, inclusive em domingos e feriados!

Itu.com.br - Durante sua trajetória política – como vereadora e Secretária Municipal de Cultura e Turismo – quais foram as ações realizadas em prol das mulheres?
M.L.S. - Não tive grandes ações especificas em prol das mulheres. No entanto, em toda minha vida valorizei seu trabalho, incentivei-as nas lutas pela igualdade social, dei-lhes oportunidade de mostrar sua arte nos mais diferentes campos (promovendo exposições, visitas), mostrei-lhes seu papel, fundamental no casamento e na educação dos filhos (em encontros e palestras), dando-lhes exemplo de atuação social responsável e eficiente (quer como educadora, secretária de Cultura e Turismo ou vereadora) e sempre valorizei sua atuação em movimentos reivindicatórios. Enfim, sempre considerei a MULHER uma criatura especial, digna de respeito e muita consideração, que pouco a pouco ocupa seu lugar na História!

Itu.com.br - Quais são suas atuações na Acadil, no Coral Vozes de Itu, no Inevat, no CEAPI, no Museu da Música e no Conselho Municipal de Cultura?
M.L.S. - Minha atuação frente a estas entidades, estando ou não na presidência ou fazendo parte da diretoria, foi e é marcada por características de minha personalidade capricorniana e por experiências que tive no trato com pessoas, em tanto anos de vida. Sempre encarei minhas tarefas com grande responsabilidade e empenho, dedicando-me a elas inteiramente. Quer na liderança ou não, minhas atitudes foram sempre democráticas, procurando agregar as pessoas, dividindo responsabilidades e ideias, discutidas e compartilhadas. Sou uma pessoa criativa e este traço esteve sempre presente em minha atuação frente às entidades que ajudei a fundar ou participei. Acho que posso resumir assim minha atuação: responsabilidade, empenho e criatividade. Lógico que tenho meus defeitos, mas falaremos disso em outra época!

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Fique conectado! Na semana que vem Ana Paula Sbrissa, diretora do Museu da Energia de Itu fala sobre os desafios da profissão e a dedicação à cultura ituana.