Museu da Música restaura Requiem de Elias Lobo
Repertório inédito será cantado em evento em sua memória.
Jéssica Ferrari
O Museu da Música – Itu, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura está restaurando a Breve Missa de Requiem composta pelo músico ituano Elias Álvares Lobo. A obra, que será apresentada pela primeira vez desde o século XIX, é uma composição sacra especialmente composta em memória de alguém. A palavra Requiem significa descanso; a obra foi escrita para a celebração dos mortos.
Elias Álvares Lobo (1834 – 1901) nasceu em Itu e se destacou na música brasileira pela sua ópera “A Noite de São João”, primeira brasileira escrita em língua portuguesa, e apresentada no Rio de Janeiro, para o Imperador Pedro II em 1860. O compositor, que foi professor de música de Chiquinha Gonzaga, atuou em diversas cidades paulistas como professor e compositor. Morreu em São Paulo, deixando vasta obra musical, grande parte dela preservada no Museu da Música – Itu.
A Breve Missa de Requiem, restaurada pelo Museu da Música, é uma peça curta, cujo texto tradicional católico foi musicado para coro a três vozes e pequena orquestra e harmonium. Foi composta em 1877, em Itatiba, logo que Elias Lobo deixou de viver em Itu.
A peça serviu para cerimônias de exéquias e parece ter sido muito executada, pelas inúmeras marcas deixadas nos originais. Foi doada ao Museu da Música por Eliseu Belculfinè, que guardou a coleção de partituras de seu pai, músico e pela Profa. Neide Rodrigues Gomes, que guardou a coleção do Prof. Luiz Gonzaga da Costa Jr., sobrinho neto do compositor.
Foi preciso um trabalho de reconstituição de partes de orquestra, pois a primeira folha da partitura principal se perdeu. O trabalho de transcrição coube a Giancarlo Staffetti (UNICAMP) e revisão de Luís Roberto de Francisco (Museu da Música – Itu).
Apresentação
A obra será executada em 9 de agosto (sábado) no evento em memória de Elias Lobo, pelo Coral Vozes de Itu e Orquestra Maestro Tristão Mariano. A regência será do Maestro Vinícius Gavioli. Será a primeira execução da obra desde o século XIX.