Cotidiano

Publicado: Domingo, 21 de julho de 2013

Copacabana transformada pela JMJ

Cartão postal do Rio vira Babel do amor e da espiritualidade

Crédito: Salathiel de Souza Copacabana transformada pela JMJ
Os jovens peregrinos já tomam conta de Copacabana.

SALATHIEL DE SOUZA, DO RIO DE JANEIRO

Nunca passei uma tarde em Copacabana. Sempre acreditei no que cantava Tom Jobim: “Copabana, princesinha do mar / Pelas manhãs tu és a vida a cantar / E à tardinha o sol poente / Deixa sempre uma saudade na gente”. O certo é que este primeiro domingo da JMJ trouxe um clima diferente não só para esse cartão postal carioca, mas para toda a cidade do Rio de Janeiro.

 

Kupa kawana

O lugar ganhou o famoso nome no século 17, com a dedicação de uma igreja em honra a Nossa Senhora de Copacabana. A palavra original é “kupa kawana”, do idioma quéchua e significa “aquela que fica olhando o lago”.

Conta-se que no século 16 um índio chamado Tito Yupanqui esculpiu uma imagem de Nossa Senhora da Candelária, colocando à margem do lago Titicaca, que fica na fronteira entre o Peru e a Bolívia. A tal imagem permanece lá até hoje.

 

Babel do amor

Após um reconhecimento do Centro de Imprensa, resolvi caminhar pela Avenida Atlântica, a principal de Copacabana. Pessoas praticando corrida misturavam-se a jovens uniformizados com camisas da Jornada. Ciclistas concorriam com grupos portando bandeiras e faixas.

À beira-mar, os tradicionais escultores de areia compunham obras gigantes aludindo ao Papa Francisco. Enquanto isso, jovens abordavam os banhistas para conversar, se apresentando como missionários e evangelizando na areia.

O policiamento era ostensivo, com a presença de viaturas e de policiais caminhando entre os transeuntes. Ambulâncias e centros médicos de primeiros socorros também espalhavam-se por toda a orla de Copacabana.

De quando em quando, ouviam-se gritos de “Glória a Deus” e outros bordões religiosos, acompanhados de gritinhos e ovações. Os idiomas também eram muitos. Parece até que o Rio de Janeiro virou a nova Babel. A diferença é que aqui todos estão se entendendo na linguagem única do amor e da espiritualidade.

 

Jovens de fé

Pedindo desculpas ao mestre Jobim, poderíamos até adaptar a canção: “Copacabana, princesinha da fé / Pelas manhãs com peregrinos à pé / E a tarde inteira, cheia de crentes / Jovens que dão esperança pra gente”.

Até o fim da JMJ a virgem de Copacabana olhará muito mais do que apenas o mar. De cima do altar ela enxergará milhões de jovens peregrinos testemunhando a fé. A prova concreta de que a Igreja Católica se renova sim, de tempos em tempos, há mais de dois mil anos.

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