Cotidiano

Publicado: Terça-feira, 30 de setembro de 2014

Nova manifestação contra a falta d'água em Itu ocorre na prefeitura

Protesto foi pacífico, mas terminou de forma tensa no Centro.

Crédito: André Roedel/Itu.com.br Nova manifestação contra a falta d'água em Itu ocorre na prefeitura
A Guarda Civil Municipal impediu que os manifestantes se aproximassem do paço municipal

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A crise no abastecimento de água resultou em um novo protesto na tarde desta segunda-feira, dia 29 de setembro, em Itu. Cerca de 500 pessoas se reuniram em frente à prefeitura para reivindicar o fim do problema que assola a população ituana desde fevereiro deste ano. Diferente do ato ocorrido na Câmara de Vereadores, esta manifestação não contou com depredação ao patrimônio nem repressão policial – pelo menos não no início, já que a situação se complicou à noite no Centro.

De maneira pacífica, os manifestantes cobraram as autoridades municipais através de palavras de ordem. Muitas faixas e cartazes pedindo a decretação do estado de calamidade pública podiam ser vistos no protesto. Até um caixão funerário foi usado, para representar a morte da política ituana. Os ativistas também promoveram intervenções, como um “abraço coletivo” nos guardas que protegiam a prefeitura.

Segundo o Comandante da Guarda Civil Municipal de Itu (GCMI), Clemente Bortoleto Filho, um efetivo de mais de 70 GMs foi usado para a escolta do paço municipal. A Polícia Militar também se fez presente, mas sem o apoio da Tropa de Choque. A ação policial acabou não sendo necessária, já que o protesto foi marcado pela pacificidade. Porém, segundo informações da GCMI, garrafas de coquetel molotov foram apreendidas nas imediações.

Enquanto acontecia o protesto, um grupo pequeno de manifestantes foi chamado para uma conversa com o secretário municipal de Segurança, Trânsito e Transporte, Coronel Marco Antonio Augusto – que também é porta-voz do recém-instaurado Comitê de Gestão da Água. O secretário ouviu as reivindicações, atendeu a imprensa e disse que Itu enfrenta uma “situação de guerra”.

O secretário também apresentou os motivos para a não decretação de estado de calamidade pública na cidade e falou sobre mais uma manifestação da população. “A manifestação é legítima. A prefeitura em momento algum rechaça qualquer tipo de manifestação. O que nós rechaçamos – aliás, qualquer pessoa se for verificar – é a questão do vandalismo e do dano, seja ele ao patrimônio público, privado ou atentando à vida das pessoas”, disse.

Após o atendimento à imprensa, o porta-voz conversou com um grupo de manifestantes para definirem uma pauta com algumas reivindicações, como a participação popular no Comitê Gestor da Água e no conselho da Agência Reguladora dos Serviços Delegados (AR-Itu), a divulgação dos contratos de concessão dos serviços de água e esgoto e o conhecimento do Plano Estruturante, que traz medidas para resolver o problema da falta de água no município.

Um termo de compromisso foi estabelecido e assinado pelo secretário e também pelo superintendente da AR-Itu, Maurício Dantas, além dos próprios manifestantes. Ficou acordado que os contratos de concessão serão fornecidos num prazo de 10 dias, a resposta de participação popular será dada em até 72 horas e a reunião para a apresentação do Plano Estruturante será marcada em até 15 dias.

Para a jornalista Monica Seixas, uma das participantes da manifestação, o termo de compromisso não foi satisfatório. “Não teve avanço nenhum”, disse. “São só intenções, intenções e intenções, não disseram nem que sim, nem que não pra nenhum pedido”, concluiu a jornalista.

Depredação

Após a manifestação na prefeitura, um grupo de pessoas se dirigiu até a rotatória da Avenida Ermelindo Maffei, no bairro São Luiz. Eles interromperam o tráfego de veículos e novamente gritaram palavras de ordem. Em seguida, outro grupo se dirigiu ao Centro da cidade, onde contêineres de lixo foram queimados e placas de trânsito foram depredadas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar os incêndios. Segundo informações, oito pessoas foram detidas e levadas à delegacia.

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