Esportes

Publicado: Terça-feira, 26 de junho de 2007

O aeromodelismo no Brasil

O aeromodelismo no Brasil
No início do aeromodelismo no Brasil, as competições eram relacionadas com a área das asas
Quando o aeromodelismo surgiu no Brasil, no final da década de 30, logo ele passou a ser chamado o esporte-ciência. Naquela época não havia o radiocontrole – todos os modelos eram de vôo livre e o que se buscava alcançar era o maior tempo de vôo. Havia os planadores, os modelos movidos com motor de elástico e os modelos com motor a explosão – a gasolina, com um sistema de ignição com pilhas, bobina de alta tensão e vela automotiva Champion.
 
Os modelos com motor de elástico eram os mais populares, pois com o início da Segunda Guerra, em setembro de 1939, os motores a explosão começaram a escassear e desapareceram por completo quando os EUA entraram no conflito. Os modelos de elástico eram divididos em várias categorias, sendo a mais famosa delas a Wakefield.
 
No Brasil, o jornal A Gazeta instituiu um troféu para modelos com 1.000cm² de área de asa e que foi disputado ao longo de vários anos, com provas que chegaram a ter mais de meia centena de participantes.
 
Os modelos com motor a explosão eram divididos em três classes: "A", para motores de até 0,19 pol3 de cilindrada; "B", para motores de 0,20 a 0,29 pol3; "C", para motores com mais de 0,30 pol3, sendo mais populares os de 0,60 pol3 de cilindrada. O tempo de funcionamento do motor era limitado a 20 segundos, controlado por meio de um timer.
 
Com exceção do EUA, pouco se conhecia sobre o aeromodelismo praticado em outros países, pois a única publicação sobre o esporte que se que se podia comprar era a revista americana Model Airplane News – que foi a pioneira no mundo e existe até hoje.
 
No Brasil, durante a Segunda Guerra, os concursos eram realizados com bastante freqüência e eram prestigiados pelo Ministério da Aeronáutica. Com exceção dos comerciantes do ramo, não havia aeromodelistas profissionais – todos praticavam o esporte pelo esporte, todos construíam e ajustavam seus modelos.
 
Depois da guerra começaram a surgir os primeiros modelos rádios: Eram de um só
canal, muito simples, muitas vezes montados pelos próprios aeromodelistas. No início, só se comandava o leme – o modelo sempre subia; para perder altitude segurava-se o leme e o modelo entrava numa espiral – algumas vezes até o chão. Depois, começaram a surgir dispositivos que permitiam duas velocidades do motor: uma, acelerada, e, a outra, meio afogada, numa batida que lembra os atuais motores de 4 tempos – tudo comandado por um só canal, por meio de uma catraca movida a elástico.
 
Naquela época, Ray Arden já havia inventado a glow plug (vela de filamento incandescente) e os motores a explosão com suas bobinas, condensadores e baterias de vôo saíram de moda. A gasolina pura e o óleo foram substituídos pelo metanol e o óleo de rícino. Posteriormente, na década de 60, surgiram os multi-canais, selecionados pela ressonância de pequenas lâminas metálicas que, ao vibrarem em resposta a um certo tom emitido pelo transmissor, fechavam o circuito para um determinado comando – um só comando, por exemplo, leme para a direita; para mover o leme para a esquerda, o transmissor tinha que emitir um outro tom, fazendo vibrar uma outra lâmina no receptor. Assim, para se ter todos os quatro comandos básicos (aileron, profundor, leme e motor) eram necessários 8 canais – e os comandos eram do tipo "bang-bang", isto é, sem posições intermediárias.
 
Surgiram por último, os rádios digitais com comando proporcional. O aeromodelismo foi deixando então, de ser o esporte-ciência para transformar-se no esporte de "pilotagem de aeromodelos".

>>Conheça também a História do Aeromodelismo no Mundo!
Comentários