Cultura

Publicado: Quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Tristão, um importante resgate da música barroca

Crédito: Coleção de Ester do Amaral Gurgel Tristão, um importante resgate da música barroca
Homens da corte ituana. (Tristão é o segundo da direita para a esqueda, em pé)
Tristão Mariano da Costa (1846-1908) fez parte da geração mais atuante de compositores ituanos, que teve início com Elias Lobo, seu cunhado e mestre. Tristão assumiu o cargo de Mestre-de-Capela da Matriz de Itu em 1872 onde permaneceu até 1908. Viveu também em Jaú e Piracicaba.
 
O ituano ficou mundialmente conhecido pelas oito missas e toda a Semana Santa que escreveu. Suas peças eram escritas para coro, órgão, orquestra e solistas bastante influenciados pelo estilo de seu mestre – Elias Lobo - e de compositores românticos italianos, sobretudo Rossini, Verdi e Mercadante.
 
Tristão também foi vereador, professor e músico: um cidadão extremamente atuante na segunda metade do século XIX em Itu.
 
A obra musical Matinas de Quarta Feira Santa
A obra, intitulada Matinas de Quarta Feira Santa, foi escrita por Tristão para a Semana Santa da Paróquia de Itu em 1876. A Antífona inicial Zelus Domus, por exceção, foi escrita pelo autor.

São nove responsórios, três para cada noturno. São intitulados: In monte Oliveti; Tristis est anima mea; Ecce vidimus; Amicus meus; Judas mercator; Unus; Eram quase agnus; Una hora; Seniores populi.

Cada responsório foi escrito com três partes e deve ser executado no formato A B C B. Foi acrescida à partitura a peça Christus factus est, das Laudes da quinta feira santa, extraída para adaptação à cerimônia, em 2003. A restauração, cópia e revisão da peça foi realizada por Vinicius Gavioli e Luís Roberto de Francisco.
 
Tristão Mariano da Costa Júnior
Tristão Mariano da Costa Júnior (1880-1935), foi um dos maiores compositores ituanos no século XX. Filho do Maestro Tristão Mariano da Costa e da cantora Maria Augusta da Costa, e sobrinho do compositor Elias Lobo, ele seguiu os passos da sua família de compositores. Escreveu, sobretudo, música de seresta (valsas, tangos, schottischs e polcas).
 
Tristão Júnior dedicou-se também ao magistério. Foi professor de Música no Colégio São Luís, no Instituto Borges e no Ginásio do Estado (Escola Regente Feijó). Tornou-se uma referência no ambiente artístico ituano, seja como compositor, como seresteiro ou como mestre de capela da Igreja Matriz. Foi casado com Esther Sampaio e faleceu aos 55 anos, deixando uma filha, Maria José, que vive no Rio de Janeiro.
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