Publicado: Terça-feira, 20 de maio de 2008
Prefeitura responde sobre os dois meses do plantio
O engenheiro Carlos Mazini responde sobre os questionamentos
Camila BertolazziO Engenheiro Agrônomo Luiz Carlos Mazini, que trabalha na Secretaria de Meio Ambiente de Itu, escreveu uma detalhada explicação sobre os principais temas abordados na visita das paisagistas Elizabeth Friedrich Serrigny e Mara Linardi Condolo, da EM Paisagismo, ao local onde foram plantadas 30.550 mudas de árvores em 27 de fevereiro. O intuito do itu.com.br é manter o cidadão ituano informado e atuante, com espírito crítico e ação pró-ativa. Acompanhe as explicações da prefeitura, o que já vem sendo feito e as próximas ações planejadas com relação ao mega projeto de plantio Itu pela Vida.
Adubação
Na adubação de base foi utilizado além do esterco de suínos, uma dosagem de calcário dolomítico para neutralizar a acidez do solo e elevar sua Saturação de Bases para 60% e fornecer Cálcio e Magnésio para as plantas. Foi utilizado adubo fórmula 08-28-16 na dosagem 150gr por planta; esse adubo é bastante concentrado em Fósforo para propiciar um enraizamento rápido das plantas.
No mês de junho deveremos aplicar em cada planta 100g de adubo fórmula 20-05-20, adubo tido pelas grandes reflorestadoras como um dos melhores para essa etapa de condução das plantas.
Pelo exposto, nesse quesito a tecnologia utilizada pela prefeitura está condizente com o sugerido pelas colegas paisagistas.
Uma informação muito importante a ser dada é que a adubação em cobertura será realizada com alunos que não puderam participar do plantio, pois a idéia é fazer com que toda uma geração de estudantes ituanos participem desse projeto. No mês de setembro e março de 2009 outros estudantes participarão. Como o prefeito Herculano tem dito "nunca houve tamanha mobilização por uma causa no município de Itu". E eu digo "que bom eu poder participar disso!"
Espaçamento entre as árvores
O espaçamento utilizado já foi explicado na matéria anterior, porém como voltou o questionamento informarei uma vez mais: o espaçamento 3m entre linhas e 1,50m entre plantas é o mesmo utilizado pela Cesp (Companhia Energética de São Paulo) nos reflorestamentos realizados pela empresa na recuperação de áreas degradadas feitos sob supervisão do Dr. Paulo Y. Kageyama, professor da Esalq/Usp e reconhecidamente uma das maiores autoridades mundiais em recuperação de ecossistemas tropicais.
Eu sugiro para as colegas lerem a publicação "Recuperação de Áreas Degradadas" Série Pesquisa e Desenvolvimento, 059 de autoria dos técnicos da Cesp: Álvaro Eduardo Patrício de Toledo; Cláudio José Cervenka; Jânio Carlos Gonçalves. Esse é um interessante trabalho para ser consultado onde são abordados muitos tópicos sobre a recuperação de áreas de empréstimo para construção de barragens de terra, situação bastante similar à área do plantio.
A título de curiosidade, a área do plantio foi utilizada por décadas para exploração de argila para uma tradicional cerâmica do município e desde o esgotamento da jazida encontra-se abandonada.
Irrigação
As bombas para irrigação não foram colocadas ainda. Enquanto isso, caso a estiagem intensifique, temos diversas empresas "aguadeiras" dispostas a irrigar as mudas e contribuir com o projeto.
Mato
O poder residual do herbicida utilizado no plantio cessou. Na próxima semana uma equipe de funcionários entrará na área para iniciar o coroamento das mudas e também farão "bacias" ao redor delas para melhor acumular água de irrigação.
Mudas mortas
Tenho a grata satisfação de observar que a taxa de mortalidade das mudas tem sido bastante baixa, menor que 1% quando o normal numa situação dessas seria entre 10 a 15%. De qualquer forma os Viveiros Municipais têm de estoque mais de 5000 mudas para substituição caso haja necessidade.
Sugestão
Agradeço a sugestão dada e informo que ela está anotada. O Parque Ecológico de Itu é um velho sonho de muitos ambientalistas ituanos que está prestes a se realizar nessa área.
Nota importante
Com a diminuição do fotoperíodo (comprimento do dia) as plantas diminuem bastante sua fisiologia, tornando-se "feias", algumas, como os ipês, perdem as folhas. Entre os meses de junho até setembro, quando os dias voltam a ficar longos, as plantas estarão sem brilho. Informo que essa é uma reação normal para essa época do ano e que no próximo verão, muitas plantas já terão mais de um metro de altura. Creio que os professores poderiam aproveitar esse momento e trabalhar isso com as crianças, ou seja, a influência do clima (comprimento do dia e temperatura) nas plantas.
Luiz Carlos Mazini é Engenheiro Agrônomo, pós-graduado em Gestão de Recursos Hidricos e trabalha na Prefeitura, na Secretaria de Meio Ambiente. Escreveu também no espaço OPINIÃO do itu.com.br, o artigo "Plantar pra quê?" sobre o mega evento Itu pela Vida.
Comentários