Publicado: Sexta-feira, 14 de novembro de 2008
As Duas Faces da Lei
Leia a crítica do novo filme da dupla Paccino e De Niro!
Guilherme Martins
Por Guilherme Martins
Os filmes policiais já não são mais o que eram antes. E quando me refiro a um filme policial, estou falando de clássicos violentos e bem-feitos como Dia de Treinamento, Seven, Fogo Contra Fogo, Máquina Mortífera, O Novato, Dirty Harry e muitos outros. Há algum tempo, navegando na Internet, vi a notícia de que estavam planejando fazer um filme policial com dois dos melhores atores do gênero na história do cinema: Robert de Niro e Al Paccino.
Imediatamente me animei com a possibilidade de ver esses dois “monstros” do cinema, reunidos de novo em um mesmo filme, já que ambos não contracenam juntos desde o já citado, e excelente filme policial, Fogo Contra Fogo (Heat), de 1995, que também trazia no elenco: John Voight, Val Kilmer e Natalie Portman, todos sob a direção do talentoso Michael Mann, de Colateral, numa verdadeira obra-prima.
Mas agora vamos falar do filme em questão. Algum tempo depois do anúncio na Internet, divulgaram que o título do filme seria Righteous Kill, que no Brasil recebeu o nome de As Duas Faces da Lei. Na história, dois policiais veteranos, David Fisk (Al Paccino) e Thomas Cowan (Robert de Niro) estão à procura de um serial killer que mata bandidos que, por diversos motivos, escaparam impunemente da justiça (alguém aí lembrou da série Dexter?). Aos poucos, as investigações vão levando todos a crer que o assassino é um policial, e Cowan torna-se o principal suspeito.
O trailer, o elenco e o roteiro prometiam um policial muito bem-feito, porém depois de ver o filme, uma nuvem negra de decepção pairou sobre a minha cabeça. Trata-se de um policial daqueles que não fariam feio passando na Sessão da Tarde, com outros atores, de quinta categoria. A história começa bem, mas depois de um tempo, parece que o filme perde a linha e a originalidade, enchendo o roteiro de clichês e situações que não causam nenhuma emoção no espectador.
Nem o notável talento e atuação dos dois atores principais conseguem contornar a fragilidade da história e do roteiro. O filme todo ruma para um final com uma reviravolta e uma “surpresa” que, com certeza, todos que estavam assistindo, já imaginavam, porque não traz nada de original. E aqueles que gostam do gênero já viram centenas de histórias iguais a essa.
Jon Avnet, diretor do longa, já havia trabalhado com Al Paccino no suspense policial 88 Minutos, que também é fraco, lotado de clichês e extremamente sem originalidade. Difícil acreditar que o mesmo diretor foi o responsável pelo belo drama Tomates Verdes Fritos.
Considerando todas as expectativas geradas pela publicidade em torno de um filme com De Niro e Paccino, chega a ser um desrespeito ver um material tão pretencioso e ao mesmo tempo totalmente descompromissado com um bom resultado.
Para encerrar, só resta dizer que os produtores poderiam ter esperado mais tempo ou uma idéia melhor para juntarem esses dois atores, e nós, amantes dos filmes policiais, podemos esperar que Jon Avnet se aposente do gênero.
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