Cinema

Publicado: Sexta-feira, 13 de junho de 2008

Speed Racer

Leia uma crítica do inovador filme que veio dos desenhos!

Speed Racer
"Embora seja um filme direcionado ao público infanto-juvenil, os mais grandinhos também se agradarão"
Por Guilherme Martins
 
Os irmãos Andy e Larry Wachowski costumam inovar quando o assunto é cinema. Primeiro dirigiram e roteirizaram um filme chamado “Matrix” (acredito que os leitores devem ter assistido), que reviu conceitos no que diz respeito a cenas de ação, efeitos visuais e história extremamente bem-elaborada. Agora, eles nos brindam com um filme que ultrapassa (literalmente) todos os conceitos criados anteriormente e nos leva a um novo patamar do cinema.
 
Speed Racer é um filme com estilo próprio e é um dos poucos filmes que consegue manter-se fiel ao seu produto de origem. Quando se comenta que Hollywood irá produzir um filme baseado em quadrinhos ou desenho animado, os fãs logo ficam aflitos, e não é pra menos, quem não se lembra dos fiascos de Scooby-doo ou Garfield? Felizmente isso não acontece com Speed. Se tem uma coisa que os fãs não vão poder reclamar, é da falta de fidelidade entre filme e desenho. Como são fãs declarados do desenho, os irmãos Wachowski cuidaram minuciosamente de cada detalhe do filme, para que o mesmo se mantivesse fiel. Até a antiga trilha sonora se faz presente e, embora tenha sido regravada num estilo mais pop, manteve sua melodia original. Os personagens também estão lá: Speed, seus pais Pops e Mãe, seu irmão mais novo Gorducho e o macaco Zequinha, o Corredor X e a namorada de Speed, Trixie. Todos desempenham seus papéis na medida certa, mantendo-se fiéis ao antigo desenho de Tatsuo Yoshida, exibido no final dos anos 60.
 
O elenco foi cuidadosamente escolhido para trazer mais realismo ao filme. Desde os jovens, porém muito bons atores Emile Hirsch (Speed) e Christina Ricci (Trixie), até os mais experientes John Goodman (Pops) e Susan Surrandon (mãe de Speed). Hirsch já havia trabalhado em filmes como Alpha-Dog (2006) e foi muito bem acolhido pela crítica, caindo como uma luva para o papel do corredor que dá nome ao filme, e a atuação de Susan Surrandon está impecável como sempre.
 
O visual do filme é de cair o queixo, cada detalhe na cena é único e maravilhoso de ser visto. Os irmãos Wachowski nos transportam a um universo repleto de cores vibrantes, luzes e efeitos visuais que nos fazem saborear cada segundo do filme e seu fascinante apelo visual, que nos remete a Sin City ou 300. Outras grandes obras-primas no quesito da originalidade visual.
 
As cenas de corrida, que não são poucas, também não ficam atrás. A adrenalina e emoção imposta nelas são tão latentes que fazem o espectador grudar os olhos na tela para não perder nenhum detalhe sequer, e torna-se habitual, durante a projeção do filme, ser surpreendido por um fã pulando da poltrona do cinema e gritando “Vai Speed, vai!”.
 
Embora seja um filme direcionado ao público infanto-juvenil, os mais grandinhos também se agradarão. Uma dica ao espectador mais sério, e que não está familiarizado com o desenho, é embarcar na intenção do filme para não se aborrecer. Porque os fãs certamente irão se deliciar com ele.
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