Opinião

Publicado: Quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

2012:O que a lagarta chama de fim do mundo o mestre chama de borboleta

Deborah Dubner traz uma visão otimista das mudanças.

Crédito: Arquivo Pessoal 2012:O que a lagarta chama de fim do mundo o mestre chama de borboleta
O essencial está ganhando força na invisibilidade

O mundo vai acabar em 2012? Eu não acredito. Mas – sim – alguns mundos já estão em extinção. A questão é: quais mundos ruirão e quais sobreviverão.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, escreveu em sua declaração no Dia Internacional da Solidariedade Humana: “O velho mundo está gradualmente, mas inevitavelmente, mudando e os contornos de um novo mundo estão começando a tomar forma.”

Esse foi exatamente o tema de uma roda de conversa da qual participei em São Paulo com mais 20 pessoas, liderada por Otto Scharmer. Conversamos sobre os dois mundos que estão convivendo em dimensões diferentes e que ainda não se misturam. Refletimos sobre os olhares pessimistas e otimistas em relação ao desenho de continuidade desse nosso planeta azul com sua gente tão colorida. Confesso que fiquei muito feliz ao ouvir a visão desse especialista renomado que circula por tantos continentes e tribos. E – talvez o que mais gostei – alguém com tantos títulos, livros publicados e reconhecimentos, que consegue preservar simplicidade e presença na fala e nas atitudes.

Esse encontro fez parte de um buquê de boas experiências que tive em 2011, com educadores inquietos, ambientalistas guerreiros, agentes transformadores, jovens sonhadores, crianças irreverentes, executivos inconformados, jornalistas buscadores, consultores visionários, dançarinos esperançosos e tantas pessoas absolutamente acordadas para o novo mundo. Estou vendo e vivendo projetos de pessoas que estão – hoje, agora, já – fazendo uma grande diferença.

Se eu ligasse a TV para assistir aos noticiários (coisa que não faço há vários anos) certamente pensaria: Quanta tragédia! Quanta violência! Quanta corrupção!!! O meu sentimento seria de medo, tristeza, indignação, desesperança. Isso existe. Esta realidade bate à porta do nosso cotidiano, nas rodas de conversa e em todos os espaços que freqüentamos. Mas é apenas uma das realidades. Não é a única. E é aí que mora o grande segredo.

Tenho um amigo artista (Guataçara Monteiro) que me disse um dia: “O meu protesto como artista é pelo belo. Eu mostro a beleza para que as pessoas não queiram destruir.”

E por esta trilha seguem os meus passos. A quantidade de pessoas e projetos maravilhosos que estão pipocando é inacreditável. Se eu quisesse passar 24 horas do meu dia conhecendo tudo de bom que está sendo feito no mundo seria pouco. É muita coisa! Então... Porque tem tanta gente que não está vendo? Porque milhões de pessoas ainda insistem em ser pautadas pelas notícias horrorosas da grande mídia e perdem preciosos tesouros que estão brilhando para quem quiser enxergar?

Sou uma romântica incurável e um amigo astrólogo me explicou que é porque eu tenho a Vênus em Peixes. Seja como for, a realidade que eu vejo existe. Outras pessoas – cada dia mais - também estão vendo. Mas ainda são milhares contra milhões. Mas antes eram dezenas, e depois centenas. A velocidade dessa mudança é espantosa.

2012 está vindo com tudo e dando claros sinais de drásticas mudanças. Você pode ver ou não ver. Mas é bom lembrar do conselho do Pequeno Príncipe: “O essencial é invisível aos olhos.” E o essencial está ganhando força na invisibilidade. São alterações profundas na visão de mundo, comportamento e relacionamentos. Novas conexões recriam a maneira de fazer negócios, gerar energia, consumir, ganhar dinheiro, produzir, nutrir e viver de forma efetivamente sustentável.

A palavra e o gesto de “compartilhar” têm impregnado milhões de pessoas que usam o Facebook. Esse é apenas um exemplo. Palavras orientam atitudes. Atitudes mudam o mundo.

Estudos sérios se misturam a especulações nos cenários possíveis de 2012. O que verdadeiramente será continua um mistério, mas talvez seja esse o lado mais belo e instigante da vida. Será fora o reflexo do que mora dentro. Será fruto nascido das sementes que plantamos. Será portal para quem quiser entrar. Será muro para quem estacionar. O futuro é chão pisado, ele não vem do além e sim dos passos. O presente - esse sim - é a nossa grande oportunidade. Podemos escolher como viver o que se apresenta a cada instante.

Nos últimos anos, mas especialmente em 2011, vi os sinais da grande mudança se apresentar. Mergulhei nesse novo mundo irrealisticamente real e encontrei amigos, companheiros de uma longa jornada. Sei que pertenço hoje a uma verdadeira família formada por várias tribos, mas todas com algo em comum: a busca incessante por um mundo melhor, e por uma cultura de paz, equilíbrio e amor. Reconheço em seus olhos esse querer inquieto. São muitos e isso é bom e me conforta. Essa realidade existe. E 2012 é o ano em que tudo pode acontecer.


Abaixo relaciono links de pessoas e projetos que conheci pessoalmente esse ano, e que me fazem acreditar no impossível:

TEDxJovem@Ibira - Um grupo de jovens "malucos" criou em São Paulo um evento de arrepiar. Em um dia pudemos ouvir cerca de 20 histórias de pessoas corajosas que geraram microrrevoluções em suas vidas e ao seu redor. São tantas, que eu precisaria de um artigo só pra isso, então deixo pra você mesmo descobrir. É só clicar!

Entenda o TED - O TED surgiu em 1984 como uma conferência anual na Califórnia e já teve entre seus palestrantes Bill Clinton, Paul Simon, Bill Gates, Bono Vox, Al Gore, Michelle Obama e Philippe Starck. Apesar dos mil lugares na platéia, as inscrições esgotam-se um ano antes. Cerca de 500 das palestras estão disponíveis no site do evento e já foram acessadas por mais de 50 milhões de pessoas de 150 países. A cada ano a organização elege um pensador de destaque e repassa a ele 100 mil dólares para ele que possa realizar “Um Desejo que Vai Mudar o Mundo”. Com essas 4 ações, TED Conference, TED Talks, TED Prize e TEDx a organização pretende transformar seu mote “ideias que merecem ser espalhadas” cada vez mais em realidade. “Acreditamos apaixonadamente no poder das ideias para mudar atitudes, vidas e, em última instância, o mundo”, dizem os organizadores do TED.

SOL - Society for Organizational Learning Brasil - No início da década de 90, nos EUA, um grupo de empresas e o Massachussets Insitute of Technology, MIT, começou a realizar pesquisas e experimentos com o propósito de desenvolver um campo de conhecimento denominado Aprendizagem Organizacional. Em 1997, este grupo passou a chamar-se Society for Organizational Learning (SoL) e iniciou uma expansão em d

Canal de LifeVestInside
Kindness Boomerang - Gentileza gera gentileza: bons ventos para 2012!
Comentários