Palmira Santos: "A realidade de Avatar"
Camila BertolazziO filme “Avatar”, fenômeno de bilheteria, lidera a disputa do Oscar 2010 com nove indicações. Épico, futurista e atual, “Avatar” se destaca como o filme de contradições de nossa era. Assisti e fiquei fascinada com a mensagem subliminar que a super produção de James Cameron invoca.
O planeta, a natureza, a mãe terra acima de qualquer humano, alienígena. A natureza como ser vivo, atuante, pensante! Fantástica a conexão do ser através de um longo cabelo plugado em animais, em árvores, em tudo que é vivo. A mensagem de que todos no final somos um, está presente a todo momento.
Acredito que estamos em níveis de espiritualidade neste planeta e aqueles que alcançarem o nível descrito em Avatar, estarão em unidade e em patamares elevados de civilização. A natureza está aí, há milhões de anos, e o comando é e sempre será dela. Ela resiste e se transforma sempre. Nós humanos é que estamos de passagem. De passagem para crescer e aprender a conviver e respeitar a chance que nos foi dada de nos conectar com o sagrado e evoluir sempre.
A energia trocada pelo povo de Pandora e a natureza é tudo que precisamos aprender. Nós humanos muitas vezes atropelamos tudo como se fôssemos um trator destruindo, destruindo... O filme trata de origens, de mundo interior, de meditação, de transformação, de espiritualidade.
Surreal, irreal, de jeito nenhum; prova disso é a organização em defesa dos direitos indígenas “Survival Internacional” que fez um apelo ao diretor de “Avatar”, James Cameron, em nome de um povo indígena através de um anúncio publicado na revista especializada em assuntos sobre a indústria cinematográfica, “Variety” (publicado em 8 de fevereiro de 2010). No anúncio, Survival pede a Cameron para ajudar a tribo Dongria Kondh de Orissa, na Índia, cuja história é semelhante à da Na'vi em “Avatar”.
O anúncio diz: “Apelo para James Cameron
Avatar é fantasia... E real. A tribo Dongria Kondh, na Índia, está lutando para defender suas terras contra uma empresa de mineração determinada a destruir a sua montanha sagrada. Por favor, ajude os Dongria.
Nós assistimos o seu filme - Assista agora o nosso: http://www.survivalinternational.org/mine
O filme de 10 minutos produzido pela Survival Mina mostra a história de uma montanha sagrada. É narrado pela atriz Joanna Lumley e expõe a situação dos Dongria.”
Esse fato real é o momento de aplicarmos a unidade e entender que esse povo está distante e perto; a luta deles é pela terra sagrada que preservam. Preservam porque entendem da conexão da vida e da energia que dela precisamos. Como agir daqui? Se envolvendo. Como? De tantas formas, o ser humano é tão criativo quando quer, quando prioriza. O problema é que o Ego se tornou o comando do ser e muitas vezes a pergunta peculiar surge: “O que eu ganho com isso?”.
Parece que precisamos ganhar algo palpável, real, para caminharmos. Para esse povo o que podemos fazer imediatamente é ajudá-los a divulgar e massificar a sua história de luta. Temos acesso ao mundo da mídia social: Orkut, Facebook, Youtube, Twitter, MSN, E-mail, Flickr e tantas outras!
É só agir. Aliás, sentir o despertar e a atitude.
Palmira Santos é Relações Públicas formada em Comunicação Social pela PUC de Campinas e trabalha na Prefeitura de Itu, no Departamento de Comunicação.
survivalinternational |
Nós assistimos o seu filme - Assista agora o nosso! |