Sacolas plásticas estão com os seus dias contados
Produto não será mais distribuido no Estado de São Paulo.
Tamara Horn
Por Tamara Horn
Dê adeus às sacolas plásticas. O Governo do Estado de São Paulo e a Associação Paulista de Supermercados (APAS) assinaram um acordo em que os supermercados associados não podem mais fornecer saquinhos descartáveis para seus clientes, a partir do dia 25 de janeiro de 2012.
A medida causa muitas discussões que resultam em opiniões contrárias. Há aqueles que concordam em gênero, número e grau com o que é dito pela Associação, afinal seria o meio ambiente que estaria em jogo. Mas uma parcela da população questiona os reais interesses da iniciativa.
Para a organização da campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco!”, a ação tem como objetivo conscientizar, sensibilizar e informar os consumidores dos benefícios das sacolinhas reutilizáveis. Toda a campanha foi pensada a partir da necessidade de evitar o descarte dos sacos plásticos no meio ambiente, por serem a causa de entupimentos de bueiros, enchentes e asfixia de animais. Dados da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo mostram que o tempo de decomposição deste material é de mais de 100 anos.
A fundadora da ONG 5 Elementos, Patrícia Otero, fala sobre a importância de usar sacolas ecológicas para a preservação do meio ambiente. Leia mais!
Já a Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos reforça a tese de que a abolição das sacolinhas plásticas resultaria em um pior impacto ambiental. Um estudo britânico verificou o ciclo de vida de sacolas de algodão, ecobags, sacos de papel e sacolas plásticas tradicionais, e o resultado apontou que a proporção de matéria prima usada nas sacolinhas em comparação com as tantas possibilidade de reutilização que elas oferecem as fazem ser mais sustentáveis que os outros tipos de sacola.
Alternativas reutilizáveis
Uma opção para o consumidor seria comprar as sacolas plásticas compostáveis, feitas de amido de milho, por R$0,19. Também é indicado o uso de caixas de papelão, carrinho de feira, ecobags, carrinhos de lona e caixas plásticas dobravéis. A partir destas alternativas é possível escolher o melhor para o meio-ambiente e para o bolso.
Em Itu
Os comerciantes da cidade de Itu também dividem opiniões sobre o assunto. O jovem Marcus Vinicius Scaravelli diz que a principio é favorável a abolição do produto. “O governo, de uma forma geral, não educa o povo para a prática da reciclagem das sacolinhas plásticas. Este processo sendo bem realizado traz venda e dignidade para quem a faz.”
A vendedora Deca, como é conhecida na cidade, diz ser contra a medida. Uma vez que as sacolas são práticas e facilitam a vida das pessoas. "É preciso pensar no real destino dos recicláveis".
A discussão invadiu os lares ituanos e causa confrontos na família Maciel. Mãe e filha têm opiniões contrárias. A jovem Nayara acredita que a sociedade irá aderir aos produtos alternativos, como a caixa de papelão e os carrinhos de feira. "Tudo é questão de tempo, aos poucos todos irão ao supermercados com suas ecobags e não sentirão a falta da sacola plástica".
Já mãe Maria Lucia, ainda em dúvida, questiona como fará suas compras no final do mês. “Tem que ser favorável por causa do meio ambiente, mas ainda temos que pensar em uma alternativa que seja tão prática quanto os sacos descartáveis!”, avalia a dona de casa.
Itu sem sacolas plásticas
Na tarde de 26 de janeiro, no auditório do Sincomércio em Itu, aconteceu um debate sobre o descarte indevido da sacolinhas plásticas. Autoridades e representantes de supermercados participaram do encontro, que destacava a campanha “Vamos Tirar o Planeta do sufoco!”.
Na ocasião foram discutidas etapas de planejamento da ação socioambiental. No primeiro momento foi feito uma análise do envolvimento de estabelecimentos que apoiaram a abolição dos sacos plásticos. Entre os 26 supermercados avaliados, sete conseguiram reduzir a distribuição deste material; apenas dois atingiram a meta estipulada.
O vice-presidente da APAS, Marcio Milan, destacou pontos importantes sobre o uso das sacolas, como o fato da queda no consumo das mesmas. A meta para 2015 é reduzir a 40% (o consumo de sacos plásticos em 2010 foi de 14 bilhões). Os 5 Rs da educação ambiental foi lembrado pela secretária do Meio Ambiente, Patricia Otero, que aproveitou para adicionar dois fatores também importantes. São eles:
- Repensar os hábitos de consumo e descarte
- Recusar produtos que prejudicam o meio ambiente e a saúde
- Reduzir o consumo desnecessário
- Reutilizar e recuperar ao máximo antes de descartar
- Reciclar materiais
- Respeitar a iniciativa da APAS junto ao Governo do Estado de SP
- Responsabilidade
Para a cidade de Itu, a proposta da campanha terá ampla divulgação a partir do dia 2 de fevereiro – aniversario da cidade. A ação começará a valer no dia 1º de março para os supermercados que fazem parte deste acordo.
E você, concorda com essa iniciativa? Só os consumidores (e o tempo) poderão dizer.
Guilherme Martins |