Sustentabilidade

Publicado: Sexta-feira, 15 de junho de 2007

Sudeste concentra maior fauna ameaçada

O RJ é o principal habitat natural das espécies em risco.

Sudeste concentra maior fauna ameaçada
A única espécie extinta detectada é a perereca de Paranapiacaba
A região Sudeste concentra a maior parte das 105 espécies de mamíferos, répteis e anfíbios sob ameaça de extinção no país, de acordo com estudo divulgado no dia 04 de junho, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). No levantamento, o Rio de Janeiro aparece como principal habitat natural das espécies em risco: é lar de 39 delas.

Segundo o mapa, elaborado com base nos dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) divulgados em 2003, São Paulo é o segundo colocado no ranking, com 38 espécies em risco. O Acre é o que possui menos mamíferos, répteis e anfíbios sob ameaça: sete.

A única espécie extinta detectada no mapa foi a perereca de Paranapiacaba (SP). O animal, cujo nome científico é Phrynomedusa fimbriata, não figurava entre os ameaçados na lista de 1989 do Ibama.

A perereca é considerada uma espécie "endêmica" - só ocorre em um local. Segundo os autores da pesquisa, a maior preocupação é com essas espécies, que são difíceis de recuperar em cativeiro.

Três répteis específicos de ilhas de São Paulo estão criticamente em perigo de extinção - quando a população cai 90% em dez anos, ou quando a população é estimada em menos de 50 indivíduos adultos: as cobras dormideira-da-queimada-grande e a jararaca-ilhoa, endêmicas da ilha da Queimada Grande; e a jararaca-de-alcatrazes, da ilha de Alcatraz.

"A hipótese mais provável é que seja por causa da caça predatória", disse o coordenador de Recursos Naturais e Estatísticas Ambientais do IBGE, Celso José Monteiro Filho. "Não se tem notícia de suicídio coletivo de cobras", brincou.

O mapa divulgado em 2000, com base nos dados do Ibama de 1989, apresentava 77 espécies de mamíferos, répteis e anfíbios em extinção. Houve um crescimento de 36,4% de animais ameaçados destas classes.

Há também boas notícias: 27 espécies de mamíferos (oito delas macacos) saíram da lista de ameaçados. "Eles conseguiram se adaptar a outras áreas. Algumas espécies conseguiram se adaptar ao cativeiro", afirmou a técnica de Fauna e Flora do IBGE Licia Couto.

O mapa confirma a mata atlântica como bioma que mais sofre com a extinção de sua fauna, em razão do crescimento urbano", afirmou Couto. "Na região da Amazônia Legal há dificuldade de acesso e até mesmo desconhecimento total sobre a biodiversidade."

Fonte: Fonte: Folha de São Paulo

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