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Quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ponto a ponto no SWU

Renan Pereira / www.itu.com.br
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A galera curtiu os shows do SWU

Pessoas dos mais diversos lugares estiveram no SWU. Viajaram de carro, vans e ônibus. Houve até quem veio de bicicleta. Dos que vieram de ônibus, nem todos partiram dos bolsões localizados em São Paulo. Junto com os ituanos e moradores de cidades próximas, todos se encontraram na rodoviária de Itu.

Um guichê especial para atender os que se dirigiam ao Pesqueiro Maeda foi providenciado. No primeiro dia, a passagem cobrada foi de R$ 2,85. Com a falta de praticidade na questão do troco, nos dias seguintes o valor foi arredondado para R$ 3.

Quem não quisesse viajar de ônibus tinha a opção dos táxis. Os motoristas começavam oferecendo a viajem por 90 reais para um grupo de 4 pessoas. Com insistência, podia-se chegar ao mínimo de 60 reais pelo trecho, mas só até a beira da estradinha de terra que levava ao pesqueiro.

Uma idéia muito prática foi a possibilidade de comprar a passagem de volta junto com a de ida ao SWU. Caso contrário, a passagem de volta teria que ser adquirida na hora da saída do evento, com o próprio motorista fazendo a cobrança. O embarque era sempre pelas portas de trás.

Por causa disso mesmo, não havia cobrador nos ônibus. E não havia fiscais também. A superlotação era evidente. Pessoas viajavam sentadas nos degraus, o que é proibido (de acordo com a placa de aviso da empresa no interior do veículo). O uso de drogas também foi verificado. Vi jovens sentados nos bancos traseiros do ônibus partilhando um cigarro de maconha.

Entre os passageiros, o clima era de alegria. Durante a viagem de aproximadamente 25 minutos, o tempo era aproveitado para fazer amizades. A pergunta básica era a origem de cada um, com respostas variadas como Natal (RN), João Pessoa (PB) ou Manaus (MA), além de muitas cidades do interior paulista. A vontade de conhecer pessoas e o bom humor acabavam distraindo os passageiros em relação ao aperto dentro do ônibus.

Enquanto a viagem era na rodovia, nenhum problema. Chegando à estreita estrada de terra que leva ao Pesqueiro Maeda, o primeiro incômodo foi o poeirão. O pó invadia o interior do ônibus, gerando algumas tosses. O trânsito no local obrigava os veículos a andarem vagarosamente, mas depois de aproximadamente 15 minutos todos desembarcavam aos prometidos cem metros dos portões de entrada do SWU.

Logo no desembarque, o assédio dos cambistas. Ofereciam-se para comprar os ingressos eventualmente em sobra. E ofereciam-se também para vender ingressos aos que ainda não os tivessem. Vendedores ambulantes realmente não foram vistos nas proximidades, já que esse tipo de comércio foi ostensivamente proibido. A presença de agentes da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária era realmente muito grande.

A grande concentração de pessoas nas bilheterias e portões de acesso já mostrava o que seria o SWU. Por causa do volume de gente, às vezes a demora era um pouco maior do que a desejada. Mesmo assim, o público teve paciência e soube se comportar. Até mesmo na hora da politicamente correta “triagem”, que alguns preferiram chamar de “revista”.

Os participantes do SWU não podiam entrar no Pesqueiro Maeda com alimentos ou bebidas na bagagem. Também não podiam entrar com mastros de bandeiras, correntes ou objetos cortantes. Entretanto, muitos conseguiram entrar com maconha. É público e notório que o uso dessa droga foi constante durante o evento, sem repressão alguma por parte da segurança.

Ao entrar no local, a primeira visão era a de uma enorme torre verde. Construída com latinhas, tampinhas, garrafas e barris da marca de cerveja patrocinadora do SWU, a torre tinha placas para captação de energia solar, da qual iria se beneficiar para ficar iluminada durante toda a noite.

À esquerda via-se a grande tenda que abrigaria os participantes do Fórum de Sustentabilidade e à direita uma das tendas com shows paralelos. Do outro lado do local do Fórum, estavam instalações artísticas e a tenda de exposição das ONG’s. Dali podia-se avistar também o labirinto feito com material reciclado e a roda gigante movida com energia gerada pela força motora de bicicletas.

Havia no local algumas barracas distribuindo puseiras 18+. Elas serviriam para identificar os maiores de 18 anos na hora da compra de bebida alcoólica. Engraçado... Pensei que o SWU havia sido vedado para menores de idade desacompanhados dos pais... Apresentando um documento com foto, ganhava-se a pulseira para consumir a bebida que se desejasse. Mas houve muita controvérsia nessa questão: alguns funcionários dos bares exigiam a identificação, outros não.

Outra controvérsia: ao comprar cerveja ou refrigerante diretamente nos balcões das praças de alimentação, os funcionários eram instruídos a não entregar as bebidas em suas respectivas latas ou garrafas. Tudo era colocado em copos plásticos descartáveis. O negócio tornava-se complicado caso alguém precisasse deslocar-se em meio ao amontoado de pessoas próximas aos palcos principais nas horas dos grandes shows. Mas não adiantava colocar tal ponto. O jeito era comprar bebidas das centenas de vendedores ambulantes espalhados pelo evento, que tranquilamente distribuíam latas e garrafas plásticas sem mais perguntas.

E já que o tema é controvérsia, há uma com os ambulantes também. Enquanto o preço das bebidas no caixa era de 6 reais (cerveja, refrigerante e água), na mão dos ambulantes o valor subia para 7 ou 8 reais, dependendo de cada um. Ninguém soube explicar a razão da diferença de preço. Estariam os ambulantes ganhando uns trocados por fora?

Caminhando pelo terreno do SWU, os participantes podiam avistar na parte direita a tenda de música eletrônica e na parte do meio o Centro de Triagem de Recicláveis. Banheiros e postos médicos, caixas e praças de alimentação estavam em locais estratégicos do amplo terreno.

Uma idéia original foi a celularia. Caso alguém do SWU ficasse repentinamente sem bateria no celular, podia dirigir-se até lá. Depois de devidamente cadastrado, recebia uma pulseirinha no braço e era instruído a entregar o celular para recarga. Depois de uma hora faria a retirada do aparelho, já com carga completa. Sem dúvida um serviço de muita utilidade, já que 99% das pessoas não ficam sem telefone celular.

Os dois palcos principais do SWU ocupavam a parte mais destacada e movimentada do evento. Localizados no fim de uma baixada, podiam ser vistos de muito longe. Enormes, estavam equipados com modernos equipamentos de som e luz, além de grandes telões para facilitar a visão do público.

Além desses ambientes todos, havia a Área Premium. Era reservada aos abonados que pagaram ingressos mais caros e convidados especiais do evento. Naquela parte circulava um número bem menor de pessoas, o que facilitava o acesso aos banheiros, caixas e à praça de ali